SindCT aponta omissão em relatório com resultados sobre desmatamento da Amazônia e causa escândalo

Relatório que mostra alta de 22% no desmate tem data anterior a COP26.

Postado em: 19-11-2021 às 16h21
Por: Victoria Lacerda
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Relatório que mostra alta de 22% no desmate tem data anterior a COP26. | Foto: Reprodução/Internet

Na última quinta-feira (18/11),  foi divulgado relatório que aponta uma alta de 22% no desmatamento da Amazônia entre 2020 e 2021. Porém, ONGs afirmam que existe omissão no documento, pois ele tem a data de 27 de outubro de 2021, dias antes do início da 26º Conferência do Clima da ONU, a COP26.

O Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial (SindCT) se manifestou por meio de nota, explicando que jornalistas especializados em jornalismo ambiental buscaram informações com membros do Governo Brasileiro, mas foram informados que o resultado anual não estava pronto.  

“Mas, neste evento em Glasgow, os números do Brasil não apareceram. Jornalistas especializados buscaram informações com membros do Governo Brasileiro e foram informados que o PRODES ainda não tinha concluído o seu relatório anual. Pura mentira!”, apontou. 

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Após a divulgação do relatório pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES), o ministro do Meio Ambiente relatou que só teve acesso ao documento na última quinta (18), afirmando: “O papel do Brasil foi buscar um consenso na COP26. Temos que fazer que o mundo mude a forma de desenvolvimento econômico. E durante essa conferência esse não foi o tema mais relevante. O foco da reunião é fazer uma transição justa para uma economia baseada em energia renovável”, afirmou o ministro.

Outras críticas de figuras importantes estão rolando sobre a possível omissão dos dados. O membro da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, e ex-coordenador do Plano de Prevenção e Controle ao Desmatamento da Amazônia (2003-2008), João Paulo Capobianco. 

Em entrevista ao G1 ele declarou: “Há um duplo escândalo que deve ser considerado. O primeiro é o fato de que a nota divulgada pelo Inpe é do dia 27 de outubro, ou seja, anterior à Conferência do Clima. Trata-se da primeira vez em que o Prodes não foi divulgado antes ou durante a COP”, afirma Capobianco.

“O governo federal foi a Glasgow já ciente da taxa de desmatamento, mas, ainda assim, não a informou para as Nações Unidas. Preferiu falar sobre outra métrica, o Deter, que apontava uma leve redução no desmate”, completou.

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