Organização Mundial da Saúde recua e desiste de classificar velhice como doença após repercussão negativa
O CID é um conjunto de 55 mil códigos usados por profissionais da saúde, pesquisadores e formuladores de políticas públicas. Está na sua 11ª atualização.
Por: Victoria Lacerda
Na última quarta-feira (14/12), a Organização Mundial da Saúde recuou e desistiu da decisão de classificar a velhice como doença na nova versão CID 11 (Classificação Internacional de Doenças), que entra em vigor em janeiro de 2022. A decisão foi tomada após forte pressão internacional das principais organizações científicas e da sociedade civil.
O médico e gerontólogo brasileiro Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade foi quem confirmou a mudança decidida pela OMS.
Vale lembrar que a proposta anterior era fazer a substituição do termo senilidade (código R-54), que já existe na CID, por velhice sem menção de psicose; senescência sem menção de psicose e debilidade senil (MG2A). A OMS divulgou em meados de setembro essa decisão e recuou nesta semana devido à forte pressão negativa, o entendimento foi que, ao assinar um atestado ou um diagnóstico, o médico poderia passar a considerar velhice como doença.
O CID é um conjunto de 55 mil códigos usados por profissionais da saúde, pesquisadores e formuladores de políticas públicas. Está na sua 11ª atualização. A sugestão agora é que o texto do código seja “declínio da capacidade intrínseca associado ao envelhecimento”. Porém, ainda pode haver alterações até o fim do ano.
Para a Organização das Nações Unidas (ONU, 1982), o ser idoso difere entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento. Nos primeiros, são consideradas idosas as pessoas com 65 anos ou mais, enquanto nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, são idosos aqueles com 60 anos ou mais.
*Com informações da Folha de São Paulo