Novo recorde: 60% dizem nunca confiar no que Bolsonaro diz, aponta Datafolha

Segundo instituto, 13% afirmam sempre acreditar nas palavras do presidente, e 26%, só às vezes; a margem de erro é de dois pontos para mais ou menos

Postado em: 17-12-2021 às 15h35
Por: Giovana Andrade
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Segundo instituto, 13% afirmam sempre acreditar nas palavras do presidente, e 26%, só às vezes; a margem de erro é de dois pontos para mais ou menos. | Foto: Reprodução

A pesquisa mais recente do instituto Datafolha apontou um novo recorde no índice de brasileiros que não confiam na palavra do presidente Jair Bolsonaro (PL). Das 3.666 pessoas ouvidas com 16 anos ou mais em 191 cidades, 60% afirmam que nunca acreditam no que o presidente diz. Já 26% às vezes confiam no que o mandatário afirma, e 13% sempre.

A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos, o que faz os índices estarem empatados tecnicamente com os registrados na pesquisa anterior, de setembro: 57% de nunca confiam, 28% de às vezes confiam, e 15% de nunca confiam, mas a curva é mais pronunciada ladeira acima na desconfiança.

Neste período, a falação presidencial diminuiu um pouco no campo institucional, com o fim da declarada campanha contra o Judiciário, simbolizada especialmente pelos atos golpistas do 7 de setembro, nos quais Bolsonaro discursou. Como a crise chegou a um ponto de ruptura, e até aliados recomendaram calma, o presidente entregou as chaves do governo para o centrão, com a chegada do PP à Casa Civil e outros órgãos, e filiou-se ao PL, partido do grupo antes menosprezado.

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Mas isso não o calou. Ele continua promovendo uma campanha de desinformação em relação à pandemia da Covid-19, por exemplo ao afirmar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária queria “fechar o espaço aéreo de novo”, quando na verdade o que a Anvisa defende é o controle na entrada de visitantes estrangeiros não-vacinados, devido à emergência da ômicron, variante mais transmissível do novo coronavírus.

Nesta quinta-feira (16/12), continuando sua batalha contra a vacinação, Bolsonaro disse que iria divulgar os nomes dos funcionários da agência que aprovaram a imunização de crianças de 5 a 11 anos. Em outubro, afirmou que vacinados contra a Covid-19 estariam desenvolvendo Aids, uma mentira que lhe rendeu uma abertura de inquérito.

A percepção segue, portanto, a mesma. Curiosamente para um político recém-eleito, em 2019 o presidente já começou seu mandato inspirando mais desconfiança (44%) do que confiança (19% total, 36% parcial) na população.

Ao longo da pandemia, seus índices pioraram, acompanhando seu trabalho em tentar minimizar a gravidade do que chamava de “gripezinha”. Como ocorreu com sua popularidade, houve uma melhora no fim de 2020, quando na única vez em sua gestão o “confio às vezes” (39%) ultrapassou numericamente e dentro da margem de erro o “nunca confio” (37%).

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