Desmatamento da Amazônia de janeiro a novembro foi o maior dos últimos dez anos, aponta Imazon

A Amazônia Legal perdeu, nos últimos 11 meses, 10.222 km² de floresta nativa, número 31% maior do que o registrado no mesmo período de 2020

Postado em: 21-12-2021 às 15h01
Por: Giovana Andrade
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A Amazônia Legal perdeu, nos últimos 11 meses, 10.222 km² de floresta nativa, número 31% maior do que o registrado no mesmo período de 2020. | Foto: Reprodução

O desmatamento da Amazônia Legal atingiu, em 2021, entre os meses de janeiro e novembro, o maior índice dos últimos 10 anos para o período. Os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento, do instituto Imazon, apontam a perda de 10.222 km² de floresta nos últimos 11 meses. Em relação ao mesmo período em 2020, a devastação teve aumento de 31%.

Apenas em novembro, foram 480 km² desmatados na região, a segunda pior taxa para o mês em dez anos (o recorde foi registrado em 2020, com 484 km²).

Os dados do Imazon também revelaram que, no mês passado, mais da metade do desmatamento mensal, 54%, se concentrou em propriedades privadas e assentamentos. Segundo os pesquisadores, isso indica que muitas fazendas estariam se expandindo ilegalmente por terras públicas, destinadas apenas a agricultura familiar.

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Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, destaca que o aumento do desmatamento tem consequências como a intensificação do aquecimento global, a alteração do regime de chuvas e a perda da biodiversidade. “Além disso, a destruição da floresta também ameaça a sobrevivência de povos e comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas e extrativistas”, completa.

A fim de combater a devastação, a especialista defende que é preciso intensificar as ações de fiscalização e punição dos responsáveis pelo desmatamento ilegal, principalmente nas áreas críticas. “É necessário também embargar as atividades que estão ocorrendo em locais desmatados ilegalmente”, diz.

Em novembro, apenas três dos nove estados da Amazônia Legal foram responsáveis por 80% do desmatamento na região: Pará (60%), Mato Grosso (11%) e Rondônia (9%).

Mato Grosso e Rondônia foram responsáveis, respectivamente, por 54 km² e 42 km² do desmatamento registrado na floresta em novembro. Já em solo paraense, o desmatamento detectado apenas no último mês foi de 290 km², número 26% maior do que o referente a novembro do ano passado. Além disso, o estado lidera o ranking de destruição da floresta há sete meses consecutivos, o que alerta para a necessidade de ações de combate mais efetivas na região.

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