Crise na Capes: mais 24 pesquisadores pedem demissão e as saídas já passam de 130

A carta é assinada por 24 pesquisadores, entre eles o professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Postado em: 23-12-2021 às 09h48
Por: Victoria Lacerda
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A carta é assinada por 24 pesquisadores, entre eles o professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA). | Foto: Reprodução/Internet

Na noite da última quarta-feira (22/12), um grupo de 24 pesquisadores da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pediram demissão. Contabilizando todas as últimas debandadas, já somam aproximadamente 138 colaboradores a saírem da fundação.  

Os últimos profissionais a pedirem demissão ocupavam a área de zootecnia e recursos pesqueiros, sendo eles 3 coordenadores e os 21 consultores. Antes, já haviam saído os cientistas de Engenharia, Química, Física e Matemática. 

Na carta de demissão divulgada, os pesquisadores da Zootecnia afirmam que tinham desistido de renunciar diante de medidas tomadas pela presidência da Capes. “Contudo, continuam explícitas as dificuldades de diálogo e compreensão do que é o trabalho abnegado das coordenações de área, membros de comissões avaliativas, colégios e, mais flagrantemente, do CTC (Conselho Técnico-Científico)”, escrevem os pesquisadores.

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“A matéria acumula vários elementos que nos atingem diretamente e cria um clima desfavorável para a construção de uma avaliação de qualidade, assim como a execução de outros processos de competência das Coordenações de Área e Colegiados”, continuaram. 

Os cientistas ainda citaram as declarações feitas por Claudia ao jornal O Globo. Na entrevista, publicada na última quarta (22), a presidente da Capes diz que demissão coletiva é “insurgência” e “deserção”.

“A Coordenação da Área de Zootecnia e Recursos Pesqueiros e seu corpo de consultores se insurgem contra esta ocupação de nosso precioso tempo com discussões e ataques improdutivos. Trabalhamos extensivamente e arduamente em benefício da pós-graduação brasileira, especialmente no âmbito de nossa área. Isto precisa ser respeitado e fortalecido. Entendemos que a renúncia é sim um sinal de insurgência, pois temos opinião contrária a esta forma de relação com as Coordenações de Área e os Colegiados, que se estabeleceu na Capes”, afirmam.

“Contudo, não significa que ‘desertamos’, pelo contrário, entendemos que estamos assim sendo coerentes com nossos princípios do que entendemos ser um clima favorável ao trabalho, especialmente o da avaliação quadrienal”, escreveram os pesquisadores.

A carta é assinada por 24 pesquisadores, entre eles o professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Ronaldo Lopes Oliveira, que também é membro Titular do Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC-ES), um grupo responsável na Capes por deliberar sobre propostas de cursos novos e conceitos atribuídos durante a avaliação dos programas de pós-graduação.

Vale lembrar que a é uma fundação vinculada ao Ministério da Educação (MEC) do Brasil que atua na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados brasileiros.

*Com informações do portal Terra

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