Telegram: MPF considera banir o aplicativo após TSE não receber resposta do programador

Um dos procuradores chegou a dizer ao veículo que, por não possuir escritório e nem ser formalizado no Brasil, as alternativas para lidar com o Telegram são quase “inviáveis"

Postado em: 26-01-2022 às 09h51
Por: Alexandre Paes
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Um dos procuradores chegou a dizer ao veículo que, por não possuir escritório e nem ser formalizado no Brasil, as alternativas para lidar com o Telegram são quase “inviáveis” | Foto: Reprodução

O grupo de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo que está conduzindo um inquérito sobre desinformação e fake news em redes sociais e apps de mensagens considera solicitar o bloqueio temporário do Telegram durante as eleições de 2022. Os funcionários públicos acreditam que talvez seja preciso “adotar qualquer providência necessária neste sentido”.

A informação foi divulgada na última terça-feira (25/1) pelo Estadão. De acordo com o veículo, os procuradores ficaram em alerta após o programador russo Pavel Durov, criador do Telegram, não responder aos contatos de Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A entidade que organiza as eleições já mandou pelo menos dois e-mails e um documento físico à sede da empresa, que fica nos Emirados Árabes.

Por causa da recusa do empresário em falar sobre como evitar a disseminação de notícias falsas, o MPF/SP, quer proibir propagandas eleitorais nos apps e pensa em soluções para a situação ser controlada. Medidas como a celebração de acordos já foram descartadas.

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Um dos procuradores chegou a dizer ao veículo que, por não possuir escritório e nem ser formalizado no Brasil, as alternativas para lidar com o Telegram são quase “inviáveis”.

“O problema é que, neste caso do Telegram, nós não estamos falando de uma postura em defesa de usuários. O MPF está solicitando informações como um relatório de transparência. Não há perseguição de usuários”, defendeu o procurador Yuri Corrêa da Luz, o mesmo que inquiriu o Twitter a responder sobre o combate de informações falsas no Brasil.

A preocupação das autoridades públicas com o Telegram não é nova. Há muito tempo se sabe sobre o potencial do aplicativo de não só disseminar desinformação, mas também abrigar conteúdos criminosos como vídeos sexuais envolvendo menores de idade e tráfico de armas e drogas.

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