Ocupação em UTIs estão acima de 80% em Goiás, DF e mais 9 estados por conta da Ômicron

No momento, o Brasil vive um crescimento acelerado da pandemia embalado pelo avanço da variante Ômicron. Esse contexto levou 10 estados e o Distrito Federal a uma ocupação de leitos de UTI prestes a ultrapassar a casa dos 80%.

Postado em: 03-02-2022 às 16h35
Por: Eduarda Albuquerque
Imagem Ilustrando a Notícia: Ocupação em UTIs estão acima de 80% em Goiás, DF e mais 9 estados por conta da Ômicron
nesta quarta-feira (02/2) foram registrados 172.903 casos de Covid-19 e 893 óbitos causados pela doença | Foto: Reprodução

No momento, o Brasil vive um crescimento acelerado da pandemia embalado pelo avanço da variante Ômicron. Esse contexto levou 10 estados e o Distrito Federal a uma ocupação de leitos de UTI prestes a ultrapassar a casa dos 80%.

Os dados a seguir foram apurados pela CNN juntamente com às Secretaria de Saúde dos Estados.

As unidades da federação na marca de maior índice de ocupação são:

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  • Distrito Federal – 95,29%
  • Mato Grosso do Sul – 97%
  • Sergipe – 93,21% 
  • Goiás – 88,13%
  • Pernambuco – 88%
  • Rondônia – 86,20%
  • Piauí – 85,70%
  • Mato Grosso – 85,49%
  • Amapá – 84,62%
  • Rio Grande do Sul – 82% 
  • Espírito Santo – 81,27%

Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), nesta quarta-feira (02/2) foram registrados 172.903 casos de Covid-19 e 893 óbitos causados pela doença.

Desde 12 de janeiro o Brasil tem registrado certo crescimento acelerado da média móvel de mortes por Covid-19. Atualmente, o patamar é de 650 mortes por dia, e que está sendo considerado o mais alto desde 31 de agosto de 2021.

Para quem não sabe, é chamada de média móvel a taxa de mortalidade dos últimos sete dias. Essa métrica tende a ser utilizada com o intuito de evitar deturpações e possíveis desvios dos finais de semana.

No contexto atual, o Brasil acumula 25.793.112 casos emergentes de Covid-19 e 628.960 óbitos causados pela doença desde que a pandemia se iniciou.

Recorde de 1 milhão de casos

Dia 31 de janeiro, o Brasil atingiu o recorde de 1 milhão de casos de covid-10 por semana. Para a especialista em gestão de saúde pública, Lígia Bahia, a variante Ômicron tem potencial para se expandir cada vez mais, principalmente em direção ao interior.

Para a especialista, é preciso que as medidas para conter a nova variante sejam antecipadas a fim de prevenir colapsos nos sistemas de saúde, enfermarias ou Centros de Terapias Intensivas (CTI).

“Temos um prognóstico mais favorável, a gente imagina que já tenha platô [de casos] nas cidades, mas a Ômicron está interiorizando. Uma pandemia tem uma dinâmica. O que a gente precisa fazer é se antecipar a ela: como sabe que está se interiorizando, temos que abrir leitos nesses locais”, finalizou.

A especialista alega falta de coordenação, planejamento e capacidade de prever as probabilidades por parte dos sistemas de saúde.

Variante Ômicron e sua expansão no Brasil

De acordo com especialistas ouvidos pela Agência Fabesp, a imunidade prévia da população é o que está brecando a evolução do número de internações e mortes por covid-19na mesma proporção.

“Nos indivíduos não vacinados a doença não é tão leve, podendo causar óbitos e lesões importantes. A questão é que esse vírus tem encontrado um hospedeiro diferente, que já não é virgem de exposição”, afirma o médico Paulo Saldiva, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Esta também é a opinião de Elnara Negri, pneumologista do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. “É uma variante muito parecida com as anteriores. A questão é que no Brasil a gente tem a felicidade de ter uma população com uma boa cobertura vacinal. O único paciente que precisei intubar nesta onda, até o momento, não era imunizado. E ele desenvolveu uma pneumonia por SARS-CoV-2 com trombose de microcirculação clássica. Na grande maioria dos atendidos, a doença teve um curso bom e considero a vacina a grande responsável”, diz.

Conforme Esper Kallás, infectologista da Faculdade de Medicina da USP, os locais que possuem cobertura vacinal baixa ou reduzida o número de pacientes internados pela doença tem aumentado significativamente.

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