É suspenso o abate de jumentos no Brasil para exportação de carne e couro à China
Responsáveis pelo setor afirmam que animais sofriam maus-tratos nos frigoríficos
Por: Iara Godoi
Na última quinta-feira (03/01), foi determinada pela Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região a suspensão do abate de jumentos no Brasil para exportação de carne e couro dos animais para a China. Segundo informações do Ministério da Agricultura, em 2016 foram exportadas 24.918 toneladas de jumentos. Já em 2018, as exportações alcançaram a marca de 226.432 toneladas.
O desembargador Marcos Augusto de Souza assegurou que a suspensão dos abates não irá afetar economicamente os frigoríficos.”Eu acho que a novidade até de se transformar o abate desses animais em atividade econômica já coloca em xeque o argumento de que essa decisão pode impactar uma economia que teria surgido e que favorecia a região em tempo de crise a partir dessa atividade”.
“Os animais são transportados em caminhões superlotados, viajando por longas distâncias, sem água e sem comida por dias. Muitos fracos não conseguem chegar vivos ao destino, e os que sobrevivem chegam com frequência feridos. Chegando nas fazendas arrendadas, antes de serem levados ao frigorífico para serem abatidos, os animais ficam dias sem água e alimentação, muitos doentes sem assistência veterinária. Animais magros, agonizando, e outros já mortos”, afirma a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos.
Encontrados tradicionalmente em regiões mais semiáridas do Brasil, os jumentos foram por muito tempo um dos principais meios de transporte em locais com esse tipo de clima. Com a popularização de veículos como as motos, os animais acabaram por perder sua função e com isso muitos acabaram sendo abandonados.
