Medicamento contra covid-19 já é usado em outros países, mas não possui data para chegar ao Brasil
Quando for submetido ao Brasil, a Anvisa terá 30 dias para avaliação.
Por: Ícaro Gonçalves
Moradores da França já podem comprar o medicamento Paxlovid, remédio contra covid-19 produzido pela Pfizer, em farmácias locais, apresentando apenas um atestado médico. Os governos da Alemanha, Itália, Bélgica e Reino Unido também já encomendaram o produto e em breve devem iniciar sua distribuição. Enquanto isso, no Brasil, o medicamento ainda não teve pedido de uso submetido à Anvisa, e não possui nem mesmo previsão de encomenda.
O Paxlovid é um antiviral de uso oral composto por duas substâncias (nirmatrelvir e ritonavir). Estudo apresentado pela empresa aponta que ele reduziu em 89% o número de hospitalizações e mortes. Ele já foi aprovado pelas maiores agências reguladoras internacionais (de EUA e Europa) e já sendo usado em França e Israel, por exemplo.
Em comunicado ao portal UOL, a farmacêutica Pfizer afirmou que se reuniu com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 19 de janeiro para tratar da pré-submissão para aprovação de uso emergencial do medicamento. “Novas discussões estão em andamento para definir as próximas etapas para a futura submissão da molécula, cuja submissão está sendo planejada para acontecer em breve”, afirma Pfizer, mas sem previsão de data.
Além da aprovação da Anvisa, a disponibilização do Paxlovid no Brasil dependerá das negociações com o Ministério da Saúde, para um possível fornecimento futuro ao país. Já a Anvisa informou que a reunião de pré-submissão com os laboratórios existe para “apresentação dos dados técnicos de um produto antes do envio formal do pedido pela empresa”.
Quando for submetido, a agência tem 30 dias para avaliação, mas ressalta que o prazo só começa a ser contado “a partir do recebimento formal do pacote de dados e informações completas sobre o medicamento”.
Ainda não se sabe o preço que será praticado no Brasil, Contudo, o valor deve ser alto, considerando o preço pago pelo governo norte-americano. Os Estados Unidos fechou contrato com valor de US$ 530, cerca de R$ 2.777, por um número de pílulas suficiente para o tratamento de cinco dias.