Além de Goiás, outros 13 estados não têm representatividade feminina nas eleições de 2022

Realidade demonstra a desigualdade de gênero na política brasileira

Postado em: 14-02-2022 às 15h14
Por: Augusto Sobrinho
Imagem Ilustrando a Notícia: Além de Goiás, outros 13 estados não têm representatividade feminina nas eleições de 2022
Realidade demonstra a desigualdade de gênero na política brasileira | Foto: Sérgio Rocha

A luta feminina por mais espaço na política brasileira está longe de acabar. Neste ano de eleições federal e estadual, por exemplo, até o momento, apenas Simone Tebet se lançou pré-candidata à presidência do Brasil e somente 13 dos 27 estados possuem pré-candidatas ou nomes de mulheres cotados para disputas pelos governos. Em Goiás, além de Ronaldo Caiado (DEM), outros seis homens pleiteiam o cargo.

Segundo levantamento do GLOBO, somente os estados do Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima possuem pré-candidatas ao governo já confirmadas pelos partidos. Além disso, Minas Gerais, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e outros três estados têm nomes femininos cotados para as eleições de 2022, porém as pré-candidaturas não foram oficializadas.

Em Goiás, já foram lançadas pré-candidaturas de Ronaldo Caiado (DEM), Gustavo Mendanha (sem partido), Jânio Darrot (Patriota), Marconi Perillo (PSDB), Vanderlan Cardoso (PSD), Vitor Hugo (de saída do PSL) e Wolmir Amado (PT). Esta realidade demonstra a desigualdade de gênero na política brasileira e que, as poucas medidas, ainda não têm sido eficazes para equiparar as condições.

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A única mulher eleita à presidência do Brasil foi Dilma Rousseff (PT), que sofreu impeachment em 2016. Além disso, a Câmara dos Deputados possui apenas 15% de mulheres e o Senado Federal,12%. No âmbito municipal, 900 municípios não tiveram sequer uma vereadora eleita nas eleições de 2020. Com isso, em julho de 2021, o Brasil ocupava a posição de número 140 no que se refere à participação política feminina.

Entretanto, vale destacar que as mulheres representam 52,5% do eleitorado do país. Para a socióloga Camila Galetti, estudiosa de política institucional, feminismo e movimentos sociais na Universidade de Brasília (UnB), em entrevista ao O Globo, a estimativa de poucas pré-candidatas é resultado da pouca representatividade da mulher na política institucional.

“As mulheres têm muita dificuldade para chegarem à posição de tomar decisões dentro dos partidos. Cerca de 90% dos dirigentes partidários são homens, e isso afeta as indicações para as pré-candidaturas”, afirma Camila. Nas eleições de 2018, foram apenas 30 mulheres encabeçando chapas majoritárias, contra 172 homens e, neste ano, a expectativa é que estes números devem se repetir.

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