Meteorologista explica o causou chuva de 250mm em cerca de 3 horas na região serrana do Rio
Em alguns locais da região serrana do Rio de Janeiro choveu em poucas horas o que era esperado para todo o mês de fevereiro.
Por: Ícaro Gonçalves
Até a manhã desta quinta-feira (17/2), a Defesa Civil do estado do Rio de Janeiro já registrou 104 pessoas mortas pelos deslizamentos ocorridos na cidade de Petrópolis. Desde terça-feira (15) a cidade tem sofrido com fortes tempestades, que chegaram a 250 milímetros de água em cerca de 3 horas em algumas regiões. Outras 134 pessoas permanecem desaparecidas.
As imagens da tragédia ganharam o Brasil. Em uma cena gravada por moradores locais é possível ver algumas pessoas tentando se salvar em cima de dois ônibus, que são arrastados pela enxurrada. Em outras imagens, diversos veículos são vistos totalmente destruídos no leito do rio.
A grande quantidade de chuva impressiona. Em alguns locais da região serrana do Rio de Janeiro choveu em poucas horas o que era esperado para todo o mês de fevereiro. Em entrevista por telefone ao jornal O Hoje, o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Olivio Bahia, afirmou que o fenômeno ocorreu por uma conjunção de diferentes fatores.
“Ao menos três fatores combinados foram responsáveis pela tragédia em Petrópolis. Primeiro, pelo período quente e de alta umidade, característico do verão, que é propício às chuvas fortes. Outro fator é a massa de ar frio que circula na média e alta atmosfera na região Sudeste do país. Os ventos frios dessas regiões altas, quando se chocam com o ar quente da baixa atmosfera, causam grande instabilidade climática, o que favorece as chuvas fortes”, afirmou Olivio.
Por fim, o meteorologista destaca o fator geográfico da região. “A topografia da região Sudeste do Rio de Janeiro é caracterizada por montanhas. Quando os ventos que sobram do oceano em direção ao continente se chocam com essas montanhas, eles são jogados para cima, instabilizando as nuvens e potencializando as chuvas. Além disso, o terreno montanhoso aprisiona as chuvas em regiões específicas”, disse Olivio.