Relatório da ONU aponta que sete em cada dez famílias brasileiras se endividaram na pandemia
Estudo informa que, desses núcleos familiares, 43,2% não devem conseguir honrar compromissos financeiros
Por: Maria Paula Borges
Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) mostra um cenário de endividamento preocupante no Brasil. O relatório foi divulgado nesta segunda-feira (21/2) e, vale ressaltar que o PNUD é um braço institucional da Organização das Nações Unidas (ONU). As informações são da CNN.
Segundo o estudo, sete em cada dez famílias brasileiras se endividaram durante a pandemia, sendo que, desses núcleos familiares, 43,2% não devem conseguir honrar os compromissos financeiros. Com isso, a economia brasileira presenciará desafios econômicos e sociais, já que “muitas dessas pessoas poderão enfrentar dificuldades para se inserir ou permanecer no mercado consumidor”.
Além disso, o estudo sugere a atuação urgente e efetiva do poder público para realocar os consumidores no mercado de trabalho, como forma de quitar as dívidas contraídas. O documento mostra que a alta no rendimento familiar vira a única solução para enfrentar os efeitos gerados.
De acordo com Carlos Arboleda, representante residente adjunto do PNUD, a realocação do cidadão no mercado beneficia tanto o desenvolvimento do país quanto o desenvolvimento humano. “Pensar na realocação do cidadão no mercado de consumo beneficia não somente o desenvolvimento do país, mas também o desenvolvimento humano – em dimensões que ultrapassam impactos econômicos”, afirmou.
Para auxiliar na recuperação econômica das famílias brasileiras, a PNUD desenvolveu um projeto em conjunto com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).
Com o objetivo de tentar enfrentar o endividamento no país, foram apresentadas doze recomendações aos órgãos públicos, após a conclusão do estudo. A primeira sugere a regulamentação de um programa de educação financeira em âmbito nacional, por meio de projetos voltados aos jovens no ambiente escolar, população em geral e grupos vulneráveis.
Também aparecem no trabalho, fruto da parceria do PNUD com a Senacon, sugestões como repactuação de dívidas e definição de etapas e ritos pelo poder público.