“Todos perdem”, diz presidente do Sindiposto sobre mega aumento no preço dos combustíveis

Por Rodrigo Melo

Após o anúncio do aumento de 18,8% no preço médio da gasolina, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Márcio Andrade, disse nunca ter presenciado um aumento nesta proporção.

“Não me recordo de ver um reajuste desse tamanho. É muito prejudicial para a economia do país, para a população e para o empresário dos postos de combustíveis. Todos perdem numa alta dessa magnitude”, afirmou Márcio, acrescentando que até mesmo o consumidor que não tem um veículo, será afetado pela alta, pois o preço dos produtos também reflete no valor dos combustíveis.

Foi o que também afirmou o economista Luiz Carlos Ongaratto, apontando que “temos uma dependência da nossa logística no diesel, então os fretes vão ficar mais caros”. Com isso, o aumento será repassado para o consumo em geral.

Apesar de o Congresso Nacional querer ajudar a conter a escalada de preços dos combustíveis aprovando o substitutivo do Senado para o Projeto de Lei Complementar (PLP) 11/2020, que altera a forma de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) — arrecadado pelos estados — sobre esses produtos, trabalhadores que dependem do combustíveis para tocarem seus negócios já temem consequências e prejuízos por conta da alta.

Isso por quê, mesmo que sancionado ainda hoje pelo presidente Jair Bolsonaro, como previsto, o desconto será pequeno, se comparado ao aumento já anunciado. “No final das contas, o governo entra com aproximadamente R$ 0,30; os governadores, com R$ 0,30, e o contribuinte, com os outros R$% 0,30. Logo mais, terei sancionado o projeto, e o reajuste anunciado pela Petrobras no dia de ontem passa de R$ 0,90 para R$ 0,30 na bomba. Eu lamento apenas a Petrobras não ter esperado um dia a mais para realizar esse reajuste”, disse o presidente.