Pesquisa revela que educação básica de qualidade reduz em 25% taxas de homicídios

O estudo também revelou que o investimento na educação aumenta a empregabilidade em 200% e amplifica as matrículas no Ensino Superior em 15%.

Postado em: 15-03-2022 às 09h40
Por: Redação
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O estudo também revelou que o investimento na educação aumenta a empregabilidade em 200% e amplifica as matrículas no Ensino Superior em 15%.

Nesta segunda-feira, (14/03), o Instituto Natura publicou o estudo Ideb-Enem, com um novo indicador de qualidade da educação básica. A pesquisa intitulada “Um Novo Índice de Qualidade da Educação Básica e seus Efeitos sobre os Homicídios, Educação e Emprego dos Jovens Brasileiros”, revelou que uma educação de qualidade reduz em até 25% a taxa de homicídio, aumenta a empregabilidade em 200% e amplifica as matrículas no Ensino Superior em 15%.  

O estudo inspirado nos parâmetros do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade do ensino nas escolas públicas, utilizou  análise da contribuição de cada município para a progressão e o aprendizado dos jovens no ambiente escolar, combinando a proporção entre estudantes de 6 e 7 anos matriculados na educação básica, que ao completarem 17/18 anos prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com isso, foram analisadas as notas desses jovens e relacionadas com o ingresso no Ensino Superior. 

Nesse levantamento, como critério de cruzamento de informação, também foram analisadas as variações de qualidade do ensino básico, entre 2009 e 2014, que estão relacionadas com diferentes indicadores de saúde, violência e mercado de trabalho de jovens de 22 e 23 anos. Os cálculos foram a partir de dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar e das médias de desempenho de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

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Além disso, tanto as redes municipais, que são responsáveis pela educação infantil e fundamental, quanto estaduais, encarregadas do ensino médio, precisam ser bem sucedidas para garantir uma trajetória escolar sem repetência, com disposição dos estudantes em realizar o Enem para ter bom desempenho e, assim, aumentar a perspectiva de vida. 

O estudo é encabeçado por Naercio Menezes Filho, professor da Cátedra Ruth Cardoso do Insper, e da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), e por Luciano Salomão, aluno de mestrado da FEA-USP.

Segundo Naercio, o novo índice pode nortear os municípios na formulação de políticas públicas. “A educação é fundamental para mudar a vida dos nossos jovens. Ela oferece uma certa motivação para a idealização do futuro deles”, afirma o professor.

“Pensar no que esses municípios fizeram para poder melhorar a sua educação já é um grande passo, se os dados apontam que houve uma melhora durante o período estudado”, comenta Naercio. Ele reforça que para proporcionar uma educação de qualidade, o governo local não pode mudar apenas um indicador. O ideal, afirma, é tentar alcançar a raiz do problema, a educação.

Em outro estudo recente, os pesquisadores Francisco Soares, José Aguinaldo Silva e Maria Teresa Alves mostraram que apenas 53% dos estudantes brasileiros tiveram, no período entre 2007 e 2015, uma trajetória que possa ser  considerada regular ao longo do ensino fundamental, sem evasão e repetência.

De acordo com o estudo, os efeitos mostram que um aumento de um ponto no Ideb-Enem está associado a um aumento de 19 matrículas, em média. Eles são identificados especialmente nas matrículas em instituições privadas. Já para as matrículas em instituições públicas, foram percebidos aumentos, mas não estatisticamente significativos para a variação do índice. Já em relação às taxas de emprego, a pesquisa mostrou que o aumento de um ponto no Ideb-Enem é equivalente a 20 empregos líquidos gerados (admissões menos desligamentos), em média.  

Informações: O Globo

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