Caso Flordelis: quatro réus são condenados pelo assassinato do pastor; confira como foi o julgamento

Após mais de 21 horas de julgamento, a morte do pastor Anderson do Carmo, marido de Flordelis, teve o primeiro julgamento definido

Postado em: 13-04-2022 às 12h18
Por: Alexandre Paes
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Após mais de 21 horas de julgamento, a morte do pastor Anderson do Carmo, marido de Flordelis, teve o primeiro julgamento definido | Foto: Reprodução

O Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou quatro pessoas nesta quarta-feira (13/4) pelo caso do assassinato do pastor Anderson do Carmo, marido da ex-deputada federal Flordelis. Foram 21 horas de julgamento, que ainda não foi encerrado. Carlos Ubiraci e outros três réus foram condenados por uso de documento falso e associação criminosa. Flordelis é acusada de ser a mandante do assassinato a tiros do marido. Ela será julgada em 9 de maio, ao lado de duas filhas e uma neta.

A juíza Nearis do Santos Carvalho Arce, da 3a Vara Criminal de Niterói, optou por dividir em duas sessões e a próxima está marcada para 9 de maio, devido ao número de acusados no processo. Nesta quarta-feira (13), os réus condenados são:

  • Carlos Ibiraci – absolvido das acusações de homicídio triplamente qualificado e de tentativa de homicídio, foi condenado a 2 anos e 2 meses de prisão por associação criminosa;
  • Adriano dos Santos Rodrigues – Filho adotivo de Flordelis, foi condenado a 4 anos, 6 meses e 20 dias de prisão por associação criminosa e uso de documento falso;
  • Marcos Siqueira Costa – O ex-PM foi condenado a 5 anos e 20 dias de prisão por associação criminosa e uso de documento falso;
  • Andrea Santos Maia – Mulher de Siqueira, foi condenada a 4 anos e 3 meses e 10 dias de prisão por associação criminosa e uso de documento falso.
  • André Luiz de Oliveira, outro filho adotivo de Flordelis, teve o julgamento adiado porque seu advogado passou mal ontem (13) e não pôde comparecer ao julgamento.

Das 17 pessoas arroladas como testemunhas, sete haviam sido ouvidas até as 21h, quando a juíza Nearis do Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, decidiu interromper os trabalhos até as 22h, como intervalo para jantar. Mais cinco testemunhas foram dispensadas, restando cinco para serem ouvidas.

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A segunda testemunha a falar foi o delegado Alan Duarte, que substituiu a delegada Bárbara Lomba, também ouvida, na condução do inquérito do homicídio. Para ele, não resta dúvidas das motivações do assassinato do pastor Anderson.

“A dinâmica dos fatos é clara, no sentido de apontar a ex-deputada Flordelis como mandante e os outros familiares envolvidos como coautores. A motivação financeira era a principal [razão do assassinato]”, disse o delegado, após seu depoimento.

Julgamento de Flordelis

O advogado de Flordelis, Rodrigo Faucz, assistiu ao julgamento e refutou a participação de sua cliente na morte do pastor. Faucz sustentou que ela está sendo prejudicada, pois está havendo um pré-julgamento midiático dela.

“A impressão que se tem é que há um atropelo nas garantias do acusado, justamente porque tem um interesse popular em cima. É uma situação bem delicada. Ela não foi [mentora intelectual do assassinato]. E, além de não ter sido, o Ministério Público não provou, até agora, nesse sentido. [A tese é] negativa de autoria”, pontuou Faucz.

Ainda estavam previstos os interrogatórios de Adriano dos Santos Rodrigues; Carlos Ubiraci Francisco da Silva, conhecido como pastor Carlos, do ex-PM Marcos Siqueira Costa e de sua esposa, Andrea Santos Maia, envolvidos na produção de uma carta em que Lucas Cezar dos Santos de Souza, filho adotivo de Flordelis, assumiria a culpa pelo assassinato do pastor.

No dia 9 de maio, na segunda sessão do júri, além de Flordelis, serão julgadas sua filha biológica Simone dos Santos Rodrigues; a neta, Rayane dos Santos Oliveira; e a filha afetiva Marzy Teixeira da Silva.

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