Abate de jumentos vira alvo de disputa jurídica entre abatedouros e ambientalistas no Nordeste

Entidades ambientalistas e defensores de animais criticaram ferrenhamente a exploração de carne do animal.

Postado em: 10-05-2022 às 17h44
Por: Victória Vieira
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Entidades ambientalistas e defensores de animais criticaram ferrenhamente a exploração de carne do animal | Foto: Reprodução

O jumento é o animal mais comum no nordeste brasileiro e virou uma pauta polêmica nos âmbitos jurídicos, após entidades ambientalistas e defensores de animais criticarem ferrenhamente a exploração de carne do animal. Esses animais são utilizados para meios transporte nas zonas rurais, mas perderam seus lugares para as motos, sendo vítimas de abandono pelos seus donos. Em 2016, voltaram a ser destaque depois do couro ser considerado um dos produtos com alta exportação para países asiáticos.

No ano de 2018, grupos de defesa dos direitos dos animais conseguiram um recurso na justiça baiana proibindo o abate, alegando risco de extinção da raça, após três frigoríficos da Bahia passarem a dedicar-se a essas práticas. Entretanto, o governo federal e o município de Amargosa, conseguiram derrubar a decisão que proibia o abate.

De tempos em tempos, surgem novas liminares, mas a decisão final é a da União Federal, que libera a prática no território baiano inteiro. Patricia Tatemoto, coordenadora de campanhas na Américas The Donkey Sanctuary, diz: “A atividade só ocorre hoje porque ela é extrativista. Então os animais são coletados ou apreendidos e eles são encaminhados para os abatedouros sem rastreabilidade, sem estado sanitário conhecido. Então, embora eles consigam aproveitar tudo, não é uma atividade que seja sustentável a longo prazo. Por isso que ela tem que ser suspensa”.

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O Conselho Regional de Medicina Veterinária comenta que o risco de extinção da raça não está na comercialização do animal, e sim na falta de uma cadeia produtiva. Chiara Albano, zootecnista e membro da Comissão de Ética, Bioética, Bem Estar do Animal CRMV da Bahia, declara: “O conselho é a favor de qualquer cadeia de produção organizada dentro da legislação, do bem estar animal e da fiscalização sanitária. Então, se houvesse essa cadeia o conselho não seria contra ele é contra as irregularidades”.

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