Com projetos que facilitam armamento, procura de armas de caça triplicou nos últimos 3 anos

As armas de caça foram a principal forma de executar o assassinato do indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips.

Postado em: 22-06-2022 às 13h00
Por: Victória Vieira
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As armas de caça foram a principal forma de executar o assassinato do indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips | Foto: Reprodução

Durante os últimos três anos, a procura e o registro de novas armas de caça triplicaram, passando de 7,6 mil em dezembro de 2018 para 29,5 mil no ano passado. O aumento do armamento coincide com a gestão do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que iniciou sua gestão em janeiro de 2019.

No caso recente do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, os assassinos confessos usaram armas de caça para cometer o crime.

Segundo o colunista Carlos Madeiro, do portal UOL, somente no governo Bolsonaro, os registros de armamento foram de 51.117 armas de caçadores, resultando em 44,8% a mais do que todos os registros feitos nos 16 anos anteriores, diante os governos de Lula (PT), Dilma (PT) e Temer (MDB).

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Os dados foram retirados com base nos certificados de registro de arma de fogo do Exército (CRAFs), responsáveis por controlar as atividades do grupo de caçadores, atiradores e colecionadores (CACs).

O levantamento do Exército em abril do ano passado, alega que as cinco principais armas registradas pelos caçadores são espingardas, revólveres, fuzis, pistolas e carabinas. Esses objetos representam mais de 95% do acervo de armas no Brasil.

No país, existem duas categorias selecionadas para o registro de armas de fogo referente aos civis. O primeiro é estabelecido a posse e porte de armamento destinados para a autodefesa. O controle é feito pela Polícia Federal (PF), juntamente com o Sinarm (Sistema Nacional de Armas).

Esses dados classificam-se como terrivelmente assustadores, principalmente para as questões ambientalistas, em que os profissionais destacam o cenário como perigoso, pois proporcionalmente, o aumento de registro das armas aconteceu durante a redução dos órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental e proteção dos territórios indígenas, tornando-se assim, mais suscetíveis para a realização de crimes.

Facilitação do porte de armas em Goiânia

Na terça-feira (21), a Câmara Municipal de Goiânia aprovou, em primeira votação, um projeto de lei que reconhece a necessidade do porte de arma de fogo ao atirador desportivo, CACs. De autoria da vereadora Gabriela Rodart (PTB), o projeto pretende reconhecer, no âmbito do município, o risco da atividade.

Entretanto, o projeto não é tão atual como parece. Desde o inicio de 2019, Bolsonaro estava implementando a facilidade no acesso a armas e munição, sendo reconhecido por apoiar a política armamentista. Cerca de 14 portarias e dez decretos foram publicados, com novas regras para aquisição de armas e munições para os CACs.

Em fevereiro do ano passado, o presidente liberou o acesso de armas de fogo para os CACs. Ele publicou um decreto que permitiu o porte de armas curtas municiadas, alimentada e carregada quando estiverem em deslocamento para treinamento ou participação em competições.

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