Saques da poupança batem recorde de R$ 50,5 bilhões e superam depósito, diz BC

O Banco Central (BC) informou hoje (7/7), que os brasileiros sacaram R$ 50,49 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança no primeiro semestre de 2022. O número é o maior desde o início da série, em 1995.

Postado em: 07-07-2022 às 19h01
Por: Ana Bárbara Quêtto
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No mês de abril, a caderneta registrou retirada líquida de R$ 9,88 bilhões, o maior volume da série histórica. | Foto: Reprodução

O Banco Central (BC) informou hoje (7/7), que os brasileiros sacaram R$ 50,49 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança no primeiro semestre de 2022. O número é o maior desde o início da série, em 1995.

Segundo a instituição, os saques somaram R$ 1,808 trilhão nos seis primeiros meses do ano. Já os depósitos totalizaram R$ 1,758 trilhão. Apenas em junho, os brasileiros sacaram R$ 3,76 bilhões a mais do que depositaram na poupança. 

Com isso, a retirada líquida, diferença entre saques e depósitos, é a mais alta registrada para o mês desde junho de 2016 e 2015, quando os saques superaram os depósitos, respectivamente, em R$ 42,6 bilhões e R$ 38,5 bilhões. O BC também divulgou os valores de abril e maio.

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No mês de abril, a caderneta registrou retirada líquida de R$ 9,88 bilhões, o maior volume da série histórica. Em maio, a aplicação, de depósitos com a retirada dos saques, teve captação de R$ 3,51 bilhões, a maior quantia desde 2020.

Somente neste ano, segundo dados do Banco Central, o resultada da poupança foi negativo em cinco dos seis meses deste ano: janeiro (R$ -19,7 bilhões), fevereiro (R$ -5,3 bilhões), março (R$ -15,4 bilhões), abril (R$ -9,9 bilhões) e junho (R$ -3,7 bilhões).

Por causa da greve dos servidores do BC, a divulgação do relatório estava paralisada por quase três meses. Com o fim do movimento, na terça-feira (5/7), o Banco está retomando as apresentação de estatísticas.

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Rendimento

Até recentemente, a poupança rendia 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia). No entanto, desde dezembro de 2021, o rendimento da aplicação passou a ser o equivalente à taxa referencial (TR), mais 6,17% ao ano, porque a Selic voltou a ficar acima de 8,5% ao ano.

Hoje, os juros básicos estão em 13,25% ao ano. Porém, o aumento das taxas foi insuficiente para fazer a poupança render mais que a inflação, provocando a fuga de alguns investidores.

Nos 12 meses terminados em junho, a aplicação rendeu 5,75%, segundo o Banco Central. Na mesma época, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), uma prévia da inflação oficial, atingiu 12,04%. O IPCA cheio de junho será divulgado amanhã (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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