Polícia Federal prende servidores da Abin que espionavam celulares durante governo Bolsonaro
os alvos espionados eram jornalistas, políticos e adversários da gestão de Jair Bolsonaro (PL)
Por: Ícaro Gonçalves
A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (20/10), uma operação para prender servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que usavam um sistema multimilionário para espionar celulares durante o governo de Jair Bolsonaro.
A operação, nomeada de Última Milha, investiga o uso indevido do sistema de geolocalização sem autorização da Justiça. Chamado de FirstMile, o programa foi comprado por R$ 5,7 milhões da empresa israelense Cognyte, com dispensa de licitação.
Segundo a Polícia Federal, os alvos espionados eram jornalistas, políticos e adversários da gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Os agentes cumprem dois mandados de prisão e 25 de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Funcionamento
De acordo com as investigações, o sistema de geolocalização usado é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira. A rede de telefonia teria sido invadida diversas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos.
Segundo a agência, o contrato de uso do software de localização teve início no fim de 2018, ainda no governo Michel Temer, e foi encerrado em 8 de maio de 2021.
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