Cientistas alertam que 2023 está se encaminhando para se tornar o ano mais quente em 125 mil anos

Temperaturas recordes em outubro reforçam a urgência de ações contra as mudanças climáticas

Postado em: 08-11-2023 às 14h44
Por: Luana Avelar
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Foto: Tribuna do Planalto

Nesta quarta-feira (8), Cientistas do observatório europeu Copernicus anunciaram que 2023 está a caminho de se tornar o ano mais quente em 125 mil anos. Os dados revelam que o último mês de outubro registrou temperaturas recordes, superando o recorde anterior de 2019 por uma margem significativa.

A vice-diretora do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), Samantha Burgess, descreveu a anomalia como “muito extrema”, destacando que a temperatura média global em outubro de 2023 foi 0,4 graus Celsius acima do recorde anterior. Esta tendência é atribuída à combinação das emissões constantes de gases de efeito estufa com o fenômeno El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico.

Luciana Gatti, pesquisadora especializada em emissões de carbono do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ressalta a gravidade da situação, alertando que as emissões de gases continuam a aumentar ano após ano, apesar do conhecimento dos impactos. Ela destaca que as emissões só diminuíram durante a pandemia de Covid, quando o mundo se viu forçado a reduzir a atividade industrial.

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O meteorologista Giovani Dolif, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), reforça a importância de controlar as emissões para conter o aquecimento global. Ele explica que o El Niño e a temperatura dos oceanos são fatores independentes da atmosfera, e enfatiza a necessidade de a sociedade agir no que está ao seu alcance.

A análise histórica que respalda essa previsão alarmante baseia-se na paleoclimatologia, usando métodos que permitem estimar o comportamento da atmosfera em climas passados. Essa conclusão se apoia em observações de estações meteorológicas, modelos complexos do sistema climático e registros climáticos muito antigos, como núcleos de gelo e anéis de árvores.

Com esta nova marca de temperatura em outubro, somando-se a uma lista de recordes de calor em 2023, os pesquisadores do Copernicus advertem que é improvável que os últimos dois meses do ano revertam a tendência, e altas temperaturas devem persistir até novembro.

O alerta é claro: ações decisivas são necessárias para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e garantir um futuro sustentável para o planeta.

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