Percepção positiva dos pais contrasta com a redução nas coberturas vacinais e desafios na imunização contra a Covid-19

Pesquisa revela que 80% dos pais brasileiros afirmam vacinar seus filhos, mas taxas de vacinação infantil caem para 50-70%

Postado em: 21-11-2023 às 16h08
Por: Luana Avelar
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Foto: Freepik

Uma pesquisa conduzida por acadêmicos da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, da Universidade de São Paulo (USP) e da Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas revelou que aproximadamente 80% dos pais no Brasil afirmam que vacinam seus filhos, ressaltando a significativa importância da imunização para a saúde das crianças.

Contudo, apesar dessa visão favorável, as taxas de vacinação infantil no Brasil registraram uma queda nos últimos anos, diminuindo de 90-100% para 50-70%. O estudo, que abrangeu cerca de 2 mil adultos de todas as regiões do país, focalizou vacinas como BCG, tríplice e tetra viral, penta e hexavalente, rotavírus, pneumocócica, febre amarela, HPV e SARS-CoV-2, todas disponíveis no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

O estudo ressaltou que a motivação para a vacinação está vinculada à prevenção de sintomas leves e graves de doenças, assim como à acessibilidade às vacinas e campanhas de conscientização. Contudo, as respostas regionais revelaram uma menor aceitação das vacinas contra a Covid-19 por parte dos pais nas regiões Sul e Centro-Oeste, indicando uma possível influência da desinformação durante a pandemia.

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A diminuição nas taxas de vacinação gera inquietações, mesmo diante da confiança manifestada pelos pais no sistema de imunização brasileiro. A acessibilidade facilitada e a complacência, caracterizada pela falta de percepção dos riscos associados, emergiram como fatores contribuintes. Lorena Barberia, economista e coordenadora científica da Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas, destacou a redução da conscientização sobre os riscos de doenças devido ao êxito histórico do programa de imunização.

Os dados evidenciam uma diminuição nas taxas de cobertura vacinal para BCG, hepatite B e tríplice viral. Além disso, a vacinação contra o HPV enfrenta desafios, alcançando apenas 57% das meninas e 40% dos meninos na faixa etária recomendada de 9 a 14 anos.

O Ministério da Saúde enfatiza a importância crucial de administrar todas as doses na idade apropriada, mas destaca a viabilidade de atualizar a vacinação em casos de atraso. Informações detalhadas sobre a vacinação para adultos, idosos e gestantes podem ser encontradas no site do Conecte SUS.

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