Estudo da Fiocruz revela desigualdades raciais e condições de trabalho precárias

Jovens de 15 a 29 anos são os mais vulneráveis à violência física, psicológica e sexual em todas as regiões do Brasil, revela relatório.

Postado em: 13-12-2023 às 14h14
Por: Luana Avelar
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Estudo da Fiocruz aponta que 68% dos jovens pretos e pardos têm chance de morrer precocemente, em comparação com 29% dos jovens brancos. | Foto: Freepik

Estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou dados sobre a mortalidade de jovens no Brasil. Segundo a pesquisa, a chance de jovens pretos e pardos morrerem precocemente é de 68%, em comparação com os jovens brancos, cuja porcentagem é de 29%. O estudo, que abrangeu o período de 2016 a 2022, analisou informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), o Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

A faixa etária mais vulnerável à violência física, psicológica e sexual foi identificada entre os jovens de 15 a 29 anos em todas as regiões do Brasil, conforme indicado pelo relatório intitulado ‘Panorama da Situação de Saúde dos Jovens Brasileiros de 2016 a 2022: Intersecções entre Juventude, Saúde e Trabalho’. O estudo também utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além das preocupações com a violência, o panorama apresentado no estudo incluiu análises das condições de trabalho dos jovens. Ficou evidente que esses jovens enfrentam maior exposição à informalidade, rotatividade e jornadas extensas, com salários menores. A socióloga Helena Abramo ressaltou que, embora os jovens brasileiros estejam fortemente inseridos no mercado de trabalho, suas condições são desfavoráveis.

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O estudo também revelou que, no intervalo de 12 meses antes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/IBGE) de 2019, 27% das pessoas ouvidas afirmaram terem sido vítimas de algum tipo de agressão. Além disso, a probabilidade de um homem jovem morrer é quatro vezes maior do que a de uma mulher, com taxas de mortalidade de 80,3% e 19,7%, respectivamente. Esse cenário levanta preocupações sobre a segurança e bem-estar da juventude brasileira, destacando a necessidade de abordagens eficazes para lidar com essas questões complexas.

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