PRF investiga vazamento de dados de mulher transexual em grupo de funcionários no Telegram

O Ministério Público Federal (MPF) em Bragança Paulista (SP) também ordenou a instauração de um inquérito para apurar o caso

Postado em: 21-05-2024 às 15h37
Por: Rauena Zerra
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O Ministério Público Federal (MPF) em Bragança Paulista (SP) também ordenou a instauração de um inquérito para apurar o caso I Foto: Reprodução/PRF

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) deu início a uma investigação administrativa com o objetivo de apurar a divulgação de dados pessoais de uma mulher transexual em um grupo não autorizado de funcionários da instituição no aplicativo Telegram, o qual possui aproximadamente 870 membros. O Ministério Público Federal (MPF) em Bragança Paulista (SP) também ordenou a instauração de um inquérito para apurar o caso. 

O suposto incidente transfóbico ocorreu com uma cabeleireira de 38 anos, desencadeada pela conduta de Victor Hugo de Oliveira Castro. O caso veio à tona quando Victor Hugo, utilizando o grupo “Firma Curva do Rio”, compartilhou informações pessoais da mulher sem seu consentimento. Em entrevista ao g1, Victor admitiu ter obtido os dados durante seu trabalho na PRF e afirmou que sua intenção era apenas fazer uma “brincadeira” com um amigo.

Segundo a  relatado, em 19 de abril, “Kermit The Frog” compartilhou um print de conversa do WhatsApp no chat do Telegram pedindo ajuda para identificar o dono de um carro estacionado irregularmente em uma vaga residencial. O print mostrava a placa do veículo e pedia a identificação do proprietário.

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Em menos de dez minutos, Victor Hugo respondeu ao pedido enviando os dados pessoais da vítima, incluindo nome, nome da mãe, CPF e número da CNH. A mulher, que trabalha em Cerquilho, interior de São Paulo, declarou que não tinha relação com o veículo mencionado e que seus dados foram usados sem autorização. Ela registrou um boletim de ocorrência sobre o incidente em 6 de maio.

 A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou a abertura de uma investigação administrativa, sem revelar os envolvidos. O Procurador da República de Bragança Paulista, Ricardo Nakahira, emitiu um ofício anunciando a abertura de uma investigação para verificar se Victor Hugo infringiu o crime de violação de sigilo profissional, conforme previsto no artigo 325 do Código Penal, punível com detenção de seis meses a dois anos, ou multa.

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