Pesquisadores alertam para prejuízo de R$ 10 bilhões com desmatamento na Amazônia

O desmatamento resultou na perda de cerca de R$ 10 bilhões em serviços ecossistêmicos na região em apenas 36 anos

Postado em: 31-05-2024 às 13h28
Por: Tathyane Melo
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O desmatamento resultou na perda de cerca de R$ 10 bilhões em serviços ecossistêmicos na região em apenas 36 anos | Foto: Divulgação/ Polícia Federal

A expansão desenfreada da soja na bacia do Gurupi, no leste da Amazônia, está causando um impacto ambiental de proporções alarmantes. Segundo um estudo recente realizado por pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi e da Universidade Federal do Pará (UFPA), o desmatamento e a conversão de áreas florestais para o cultivo da oleaginosa resultaram na perda de cerca de R$ 10 bilhões em serviços ecossistêmicos na região em apenas 36 anos. O estudo, publicado na revista científica “Ambiente & Sociedade”, serve como um alerta para as consequências da exploração predatória da floresta amazônica.

Serviços ecossistêmicos sob ameaça

Os serviços ecossistêmicos são os benefícios que a natureza oferece aos seres humanos, como a polinização, a regulação do clima, a purificação da água e do ar e a manutenção da biodiversidade. No caso da bacia do Gurupi, esses serviços estão sendo severamente comprometidos pelo avanço da soja.

“Toda essa produção vai para exportação, pois a soja não alimenta pessoas”, explica Ima Vieira, coautora do estudo e pesquisadora do Museu Goeldi. “Todo esse plantio enfraquece as funções dos ecossistemas naturais, como a regulação do clima, a qualidade da água e a polinização, que são serviços importantes prestados pela floresta. Se a área de floresta é reduzida, esses serviços também se reduzem”.

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Diante dos resultados do estudo, os pesquisadores defendem a necessidade de políticas públicas mais rigorosas para combater o desmatamento e promover a conservação da floresta amazônica.

“Comunidades locais, como as populações quilombolas que vivem na região do Gurupi, podem se beneficiar de políticas nacionais de pagamentos por serviços ambientais”, afirma Vieira, que salienta a necessidade da execução de atividades produtivas mais sustentáveis e que possam beneficiar tanto a economia, quanto às necessidades sociais das comunidades

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