Programa de Monitoramento do INPE detecta aumento de focos de queimadas no Pantanal

O número de focos de queimadas no Pantanal volta a crescer após leve queda, atingindo 238 registros em um único dia

Postado em: 20-06-2024 às 17h23
Por: Vitória Bronzati
Imagem Ilustrando a Notícia: Programa de Monitoramento do INPE detecta aumento de focos de queimadas no Pantanal
O Pantanal, maior área úmida do planeta, enfrenta os efeitos do El Niño, afetando o volume dos rios na região | Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou, nesta quinta-feira (20), um aumento nos focos de queimadas no Pantanal, contabilizando 238 ocorrências. Após um pico de 421 focos em 14 e 15 de junho, houve leve queda, mas agora há recuperação com este número.

Nos últimos 12 meses, o Pantanal registrou 9.014 focos de queimadas, um aumento significativo comparado aos 1.298 do ano anterior. Além do maior volume de queimadas, chama a atenção a antecipação do problema, que nos anos anteriores só foi intensificado a partir de agosto.

O Pantanal, maior área úmida do planeta, enfrenta os efeitos do El Niño, afetando o volume dos rios na região. Em maio, a Agência Nacional de Águas (ANA) declarou situação crítica de escassez hídrica na Bacia do Paraguai.

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No último dia 14, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou a criação de uma sala de situação para coordenar ações preventivas e de combate a incêndios e secas. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, destacou que a situação mais crítica afeta atualmente a região do município de Corumbá, em Mato Grosso do Sul. “Pela primeira vez estamos com o Pantanal completamente seco no primeiro semestre. O Ibama já contratou mais de 2 mil brigadistas para atuar em todo o país, com foco inicial no Pantanal e na Amazônia.”

Pesquisa no Pantanal

Uma pesquisa recente da rede MapBiomas revelou que, proporcionalmente, o Pantanal é o bioma mais afetado por queimadas nas últimas quatro décadas, abrangendo 9 milhões de hectares, ou 59,2% do território de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Entre 1985 e 2023, Corumbá teve mais queimadas no Brasil; o Pantanal, com 25% do território afetado, lidera em cicatrizes de fogo na vegetação nativa.

Um pacto firmado entre o Ministério do Meio Ambiente e os governadores dos estados que compõem o Pantanal e a Amazônia, celebrado no Dia Mundial do Meio Ambiente, prevê medidas como a suspensão das autorizações para queima até o final do período seco, visando a prevenção e o combate às queimadas nestas áreas críticas.

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