Medicamento para tratar Alzheimer precoce é aprovado nos EUA

O novo medicamento demonstra resultados promissores na redução da progressão do Alzheimer em seus estágios iniciais

Postado em: 03-07-2024 às 18h15
Por: Tathyane Melo
Imagem Ilustrando a Notícia: Medicamento para tratar Alzheimer precoce é aprovado nos EUA
O novo medicamento demonstra resultados promissores na redução da progressão do Alzheimer em seus estágios iniciais | Foto: Eli Lilly/Divulgação

Em um marco importante na luta contra o Alzheimer, a Food and Drug Administration (FDA), a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, aprovou nesta última terça-feira (2) o donanemab, um novo medicamento que demonstra resultados promissores na redução da progressão da doença em seus estágios iniciais.

Vendido sob o nome comercial Kisunla, o fármaco da Eli Lilly representa um novo capítulo na busca por soluções eficazes para essa doença neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo.

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O donanemab faz parte da classe de anticorpos monoclonais, uma abordagem inovadora que utiliza moléculas artificiais para atacar alvos específicos no organismo. Após anos de pesquisas e ensaios clínicos, o medicamento se torna o terceiro desta categoria a ser aprovado nos EUA para o tratamento do Alzheimer desde 2021.

Resultados animadores, mas expectativas moderadas

Estudos realizados com o donanemab indicam que, após 18 meses de tratamento, o ritmo de declínio cognitivo foi contido em média em 35% quando comparado ao grupo que recebeu um placebo. Isso significa que a doença progrediu menos nesse período entre os pacientes que tomaram o medicamento, oferecendo um alento moderado para aqueles que lutam contra a doença.

Como funciona o Kisunla?

O Kisunla é aplicado por meio de infusões intravenosas a cada quatro semanas e se destina a pacientes nos estágios iniciais do Alzheimer. Seu mecanismo de ação reside na redução do acúmulo de proteína beta-amiloide no cérebro, um dos principais marcadores da doença e associado à degradação dos neurônios.

Embora o donanemab não seja capaz de interromper o processo de perda cognitiva e funcional, ele representa um passo significativo no combate ao Alzheimer, contribuindo para retardar a progressão da demência e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O medicamento se junta a outros fármacos promissores como o lecanemabe e o aducanumabe, ampliando o arsenal de opções terapêuticas para essa doença.

A aprovação da FDA

A aprovação do donanemab pela FDA foi concedida após careful analysis por um conselho de especialistas que avaliou os dados dos ensaios clínicos e os potenciais riscos e benefícios do medicamento. Apesar de raros, alguns eventos adversos graves foram observados durante os testes, como micro-hemorragias cerebrais (ARIA) em 2% dos pacientes.

Para minimizar esses riscos, a Eli Lilly implementou medidas como a realização de ressonâncias magnéticas antes da administração da segunda dose do medicamento.

O futuro do Kisunla no BrasilA aprovação do donanemab nos Estados Unidos abre caminho para sua eventual chegada ao Brasil, mas ainda não há data definida para isso. A Eli Lilly submeteu a documentação do fármaco à Anvisa no final de 2023 e aguarda o resultado do processo regulatório no país. Caso seja aprovado, a definição do cronograma de venda e do preço do medicamento no mercado nacional também será fundamental para garantir o acesso dos pacientes brasileiros a essa nova opção terapêutica.

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