10 músicas inspiradas em crimes reais

Nem só de momentos felizes são feitas as grandes canções

Postado em: 14-11-2023 às 18h12
Por: Cecília Epifânio
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10 músicas inspiradas em crimes reais | Foto: iStock

Existem compositores que usam o amor como inspiração; os que usam a própria fossa; e também os que pegam situações do cotidiano para transformar em canções. Mas, também existem os que se baseiam em crimes reais na hora de compor suas letras.

Abaixo, você pode conferir uma lista com 10 músicas que tiveram suas letras inspiradas nos mais terríveis casos policiais.

“Nebraska”, de Brunce Springsteen

A faixa que dá título a um dos álbuns mais soturnos do Boss. “Nebraska” conta a história de Charles Starkweather, um jovem de 19 anos que, junto com sua namorada de 14 anos, Caril Ann Fugate, iniciou uma série de assassinatos nos estados de Nebraska e Wyoming, Estados Unidos, no final dos anos 1950. Para escrever a letra, Springsteen pesquisou sobre o caso, misturando elementos do filme Badlands, de Terrence Malick, de 1973. Também vale ressaltar que o disco inteiro fala sobre criminosos e pessoas desesperadas. 

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“Polly”, do Nirvana

Uma das músicas mais famosas da banda de Seattle foi composta por Kurt Cobain após ler uma matéria em um jornal, bem na época que a banda estava finalizando o álbum de estréia, Bleach, em 1989. A faixa foi inspirada por Gerald Friend, suspeito do caso Green River Killer, que sequestrou e abusou de uma adolescente que aceitou carona dele após um show de rock em 1987. A música acabou sendo lançada em Nevermind, o disco mais importante da banda, em 1991.

“Jenny Was a Friend of Mine”, do The Killers

Brandon Flowers, vocalista do The Killers, sempre se usou Morrissey como inspiração para escrever canções sobre assassinatos. Assim, “Jenny Was a Friend of Mine” é apenas uma das três canções da chamada “trilogia assassina” da banda. A música foi lançada no álbum Hot Fuss, de 2004, e se baseia no assassinato de Jennifer Levin, de 18 anos, por Robert Chambers, em Nova York, em 1986. 

“Pumped Up Kicks”, do Foster The People

Essa é a famosa música que engana a todos: por trás da batida animada e dançante, a letra narra um grande tragédia. Inspirada no massacre de Columbine, a letra da música descreve um tiroteio em uma escola pelo ponto de vista do atirador, detalhando seus supostos motivos e planos de ataque. A faixa chegou a ser banida de algumas rádios norte-americanas.

“Annie Christian”, do Prince

Prince não se baseou em um crime, mas em dois para escrever “Annie Christian”, do álbum Controversy, de 1981. Associando os assassinatos de crianças negras em Atlanta, nos anos de 1979 e 1980; o assassinato de John Lennon, cometido pelo fã, Mark Chapman; e a tentativa de assassinato do presidente Ronald Regan. A faixa uniu os três crimes que assolaram os Estados Unidos, como uma forma de Prince investigar o mal inerente à condição humana.

“Smooth Criminal” de Michael Jackson

Antes de virar uma das músicas mais famosas de Michael Jackson, “Smooth Criminal” foi temporariamente batizada de “Al Capone”, em homenagem ao mafioso ítalo-americano mais famoso dos Estados Unidos. A versão final, produzida por Quincy Jones (e é citada por Kendrick Lamar em King Kunta) foi inspirada nos crimes de Richard Ramirez. Conhecido como Night Stalker, Richard Ramirez invadiu casas e estuprou e assassinou mais de 15 crianças e adultos, nos anos de 1984 e 1985.

“Zombie”, do The Cranberries

O hit, dono de uma interpretação dramática de Dolores O’Riordan, foi inspirado no bombardeio provocado pelo Exército Republicano Irlandês, o IRA, na Inglaterra, em 1993. O grupo foi responsável por plantar duas bombas em latas de lixo em uma rua bastante movimentada, matando Jonathan Ball, de apenas 3 anos, e Tim Parry, de 12 anos. “Esta canção é o nosso grito contra a desumanidade do homem para com o homem; e a desumanidade do homem para com a criança”, disse a vocalista. 

“Suffer Little Children”, do The Smiths

Uma das primeiras músicas que Morrissey e Johnny Marr escreveram juntos, “Suffer Little Children” teve sua letra inspirada nos chamados Moors Murders após seu autor ler um livro sobre os crimes cometidos por Ian Brady e Myra Hindley, em Manchester, na Inglaterra, entre 1963 e 1965. As vítimas eram cinco crianças e adolescente, entre 10 e 17 anos, mais ou menos da mesma idade de Moz, que também é de Manchester, na época. Pelo menos quatro delas foram abusadas sexualmente e um dos corpos jamais foi encontrado.

“Let Him Dangle”, de Elvis Costello

Derek Bentley foi condenado à morte e acabou enforcado pelo assassinato do policial Sidney Miles durante uma tentativa de roubo em Londres, em 1952. Mas, acontece que não foi Bentley quem fez o disparo fatal, e sim seu cúmplice, Christopher Craig, que na época era menor de idade. Sua sentença de morte foi contestada, e Elvis Costello resolveu escrever a música para o álbum Spike.

“Black Parade”, de Beyoncé

Lança de surpresa no dia 19 de junho de 2020 – data em que se comemora a abolição da escravatura nos Estados Unidos -, o single de Queen B faz referência ao assassinato de George Floyd por policiais. O homem negro de 46 anos havia sido rendido, algemado e deitado de bruços no chão enquando o policial Derek Chauvin ajoelhou em seu pescoço por mais de nove minutos. Suas últimas palavras antes de morrer asfixiado foram “eu não consigo respirar”. A brutalidade policial foi o estopim para o movimento Black Lives Matter.

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