FBI se exime da tragédia

Entidade diz que agiu corretamente ao investigar atirador antes do massacre que matou 49 pessoas nos EUA

Postado em: 14-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Entidade diz que agiu corretamente ao investigar atirador antes do massacre que matou 49 pessoas nos EUA

O diretor do FBI (a polícia federal norte-americana), James Comey, defendeu ontem o trabalho da organização, que investigou Omar Mateen em 2013 e 2014 por supostas ligações com o terrorismo, mas não evitou a tragédia que resultou na morte de 49 pessoas e feriu mais de 50 –de acordo com dados atualizados pela polícia – em ataque feito anteontem (12) à Boate Pulse, em Orlando, na Flórida.

Ao responder às críticas de que o FBI poderia ter evitado a tragédia, James Comey afirmou que o órgão agiu corretamente. “Não vejo nada no nosso trabalho que permita dizer que nossos agentes deveriam ter agido de forma diferente”, acrescentou. 

Segundo Comey, o FBI fez três interrogatórios com Omar Mateen. Dois foram sobre suas declarações “inflamatórias e contraditórias”  no ambiente de trabalho, quando Mateen integrava uma equipe de segurança de um tribunal.

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“Nossa investigação envolveu a introdução de fontes confidenciais,  gravação de conversas, acompanhamento de trajetos, gravação de comunicações e busca de todas as conexões possíveis do suspeito, incluindo qualquer informação negativa sobre o investigado. Fizemos dois interrogatórios com ele”, disse Comey. Como não houve nada que pudesse incriminar Mateen nessa fase, a investigação foi concluída.

Depois disso, segundo James Comey, Mateen apareceu novamente no âmbito das investigações do FBI em razão de suas supostas ligações com um homem-bomba. Omar Mateen apareceu nessa investigação por ter seu nome mencionado por uma fonte.

De acordo com o informante, Mateen era uma pessoa “radicalizada”. O diretor do FBI afirmou que, mais tarde, a própria fonte voltou atrás em suas acusações, negando que ele fosse um radical. O informante disse ao FBI que o órgão “não deveria ficar preocupado com Mateen, que era casado, tinha um filho e emprego fixo”.

Preocupação

O massacre ocorrido na Boate Pulse ainda está sendo assimilado pelos moradores de Orlando, na Flórida. As autoridades locais têm manifestado preocupação com os efeitos que ele poderá causar à imagem e à economia da cidade que, segundo a organização Visit Orlando, recebeu 65 milhões de turistas em 2015.

Em meio à surpresa causada pelo atentado, algumas especulações têm sido levantadas pela imprensa norte-americana. De acordo com o jornalista brasileiro Rodrigo Lins, correspondente nos Estados Unidos do site Só notícia boa, entre as especulações mais recentes estão a de que haveria uma segunda pessoa dando apoio ao atirador, no local, e de que haveria dois brasileiros entre os feridos.

“Orlando é uma cidade muito pacífica e familiar. Havia pouca preocupação com a segurança, a ponto de não se fazer revistas na entrada de boates e clubes. Por isso, o choque foi muito grande, afetando drasticamente a rotina de uma cidade que até então era pacata e turística, mas que agora teve estado de emergência decretado pelo prefeito”, disse Lins à Agência Brasil.

A preocupação em manter na cidade a sensação de segurança é, segundo o jornalista, uma estratégia que visa a evitar efeitos negativos também para a economia local, que tem no turismo sua principal fonte de receita. Nesse sentido, diversas mudanças de rotina têm sido implementadas.

“Todos sabem que é preciso manter o índice de segurança preservado porque a economia é toda voltada para o turismo. Nesse sentido, as autoridades vêm atuando para amenizar os efeitos negativos que o massacre pode causar. Hoje de manhã, fui à Disney e, para minha surpresa, vi o parque vazio e com as catracas reativadas. O clima é de terror e há muita tristeza no ar. As pessoas estão muito assustadas e consternadas”, acrescentou o jornalista.

Rodrigo Lins disse que todos os 50 corpos já foram identificados, mas que há risco de mais mortes serem registradas, uma vez que ainda há muitos feridos nos hospitais. “Apesar de, na lista oficial, não ter aparecido nomes de brasileiros, e de o Itamaraty ter dito que não havia brasileiros entre as vítimas, há veículos da mídia local dizendo que havia dois brasileiros entre os feridos”. (Agência Brasil) 

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