Rússia descarta nova trégua humanitária

Governo russo diz que para voltar a discutir o assunto na Síria será preciso nova adequação

Postado em: 25-10-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Governo russo diz que para voltar a discutir o assunto na Síria será preciso nova adequação

O governo da Rússia descarta fazer nova trégua humanitária na cidade de Aleppo, na Síria, informou o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, ontem. Segundo ele, a “pausa humanitária não está na ordem do dia” e não deve ser retomada tão cedo. A informação é da Agência Ansa.
“Para voltar a esse regime, as partes precisam garantir um comportamento adequado dos grupos antigoverno. Isso não ocorreu nos últimos três dias e é por isso que, agora, a questão da retomada da trégua não está na ordem do dia”, acrescentou Ryabkov.
Na última quinta-feira (20), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, havia autorizado um cessar-fogo temporário em Aleppo para permitir que os civis e os rebeldes “moderados” pudessem abandonar a cidade para salvar suas vidas. Esse prazo chegou a ser prorrogado uma vez e terminou no último sábado (22).
Durante esse período, os russos – que são aliados do governo de Bashar al-Assad –não atacaram os grupos de “rebeldes” que atuam contra o presidente no país.
O governo de Moscou, diferentemente da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, está na Síria para atacar tanto os terroristas dos grupos Estado Islâmico e Frente al-Nusra como também para defender Assad.
A Síria vive, desde 2011, uma sangrenta guerra civil em seu território – dilacerado entre grupos pró e contra governo e grupos terroristas – e contabiliza mais de 300 mil mortes no período, segundo dados das Nações Unidas.

Trabalho escravo
Uma investigação secreta da BBC, grupo de comunicação britânico, encontrou adolescentes e adultos sírios refugiados trabalhando ilegalmente em regime de escravidão na Turquia na confecção de roupas das marcas Marks & Spencer (M&S), Asos, Zara e Mango. Os resultados da investigação foram mostrados no programa Panorama, da BBC. Segundo a reportagem, a maioria dos refugiados não têm autorização de trabalho.
Todas as marcas citadas na reportagem dizem que acompanham atentamente suas cadeias de produção e que não toleram a exploração de refugiados ou adolescentes. A britânica M&S afirmou que suas inspeções não encontraram um único refugiado sírio trabalhando na Turquia. No entanto, a investigação da BBC encontrou sete sírios em uma das principais fábricas da marca.
Foram encontrados refugiados que ganham pouco mais do que uma libra por hora (cerca de R$ 3,80), valor bem abaixo do salário-mínimo turco. Um dos refugiados afirmou em entrevista que sofre maus tratos na fábrica. “Se alguma coisa acontecer a um sírio, eles vão jogá-lo fora como se fosse um pedaço de pano”, disse. O trabalhador mais jovem encontrado pelo programa de televisão tinha 15 anos e estava trabalhando mais de 12 horas por dia.

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