Vítimas de crises humanitárias vivem 24 anos a menos

A taxa de mortalidade materna seria de 325,8 óbitos a cada 100 mil nascimentos

Postado em: 17-12-2016 às 07h00
Por: Sheyla Sousa
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A taxa de mortalidade materna seria de 325,8 óbitos a cada 100 mil nascimentos

Se todas as pessoas em crises humanitárias vivessem em uma única nação, a população do país fictício teria uma expectativa média de vida de apenas 47,2 anos de idade. A taxa de mortalidade materna seria de 325,8 óbitos a cada 100 mil nascimentos. Menos da metade dos indivíduos — 40,5% — teria acesso a fontes de água tratada. Números são do Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

Se todas as pessoas em crises humanitárias vivessem em uma única nação, a população do país fictício teria uma expectativa média de vida de apenas 47,2 anos de idade. A taxa de mortalidade materna seria de 325,8 óbitos a cada 100 mil nascimentos. Menos da metade dos indivíduos — 40,5% — teria acesso a fontes de água tratada e apenas 49% teriam sido vacinados para sarampo.

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O diagnóstico foi publicado nesta semana (12) pelo Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), em plataforma que simula a existência de um Estado que concentraria os 125 milhões de homens e mulheres, idosos e crianças em situação de emergência.

Dados utilizados são de 2015 e anos anteriores e foram coletados de outros organismos da ONU, como a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e o Banco Mundial. A análise compara a média nacional do território imaginário com a média global para diferentes índices de saúde e acesso a serviços e trabalho.

Embora alguns indicadores apresentem diferenças significativas, como a mortalidade materna — calculada em 216 no mundo, em 2015, contra 325,8 do país de crise —, outros, como o desemprego, a mortalidade infantil e a fome, estiveram preocupantemente próximos e mostraram até mesmo uma inversão no padrão esperado.

A desocupação no Estado em crise humanitária seria de 6,5%. No planeta, a média de desemprego é de 5,9%. A prevalência de subnutrição afetaria 9,8% da população do país fictício, ao passo que, no mundo, o índice estimado é de 10,8%.

A mortalidade entre crianças com menos de cinco anos de idade seria maior no restante do globo do que na nação em crise, atingindo a média global de 51,5 mortes a cada mil crianças e a média nacional de 39,8.

A taxa de fertilidade no país seria de 3,6 crianças por mulher — número mais alto do que o verificado globalmente (2,9). A diferença é reflexo da ausência de serviços de planejamento familiar, que cobre 63,5% da população mundial, mas alcançariam apenas 39,8% dos habitantes da nação em crise.

O levantamento também aponta que o saneamento básico é um grave problema em situações de emergência humanitária. Serviços estão disponíveis apenas para 27,1% da população vivendo sob crise.

Sintoma de uma conjuntura geral de falta de serviços e recursos, a expectativa de vida das pessoas dessa nação imaginária: vítimas de desastres naturais e guerras vive 24,3 anos menos do que a população mundial — cuja expectativa de vida foi calculada em 71,5 anos. 

(ONU Brasil) 

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