Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, declara guerra à corrupção

A declaração é oriunda das denúncias de pagamento das propinas da Odebrecht a funcionários públicos colombianos

Postado em: 17-01-2017 às 10h30
Por: Renato
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A declaração é oriunda das denúncias de pagamento das propinas da Odebrecht a funcionários públicos colombianos

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, declarou nesta
segunda-feira (16) uma “guerra frontal contra a corrupção”, em meio
às denúncias de pagamento de propinas da Odebrecht a funcionários públicos
colombianos. “Façamos deste 2017 um ano de guerra frontal contra a
corrupção”, disse o chefe de Estado, ao indicar Fernando Carrillo como
novo procurador-geral da Nação. A informação é da Agência France Press (AFP).

Um ex-vice-ministro de Alvaro Uribe, presidente entre 2002 e
2010, e um ex-senador foram detidos nos últimos dias acusados de receber
propinas da Odebrecht, apontada pelos Estados Unidos e pela Procuradoria da
Colômbia por pagar subornos milionários em troca de obras públicas no país
entre 2009 e 2014.

Santos, presidente desde agosto de 2010 e reeleito em 2014
para um segundo mandato de quatro anos, pediu aos organismos de controle que
resolvam “esses casos o mais rápido possível”.

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“Até agora, nenhum funcionário do meu governo foi
apontado por ter recebido suborno da Odebrecht, mas se chegasse a fazer isso,
que caíssem todos, todo o peso da lei”, enfatizou, aproveitando para
anunciar que proporá uma lei em que os corruptos não tenham o benefício de
prisão domiciliar.

“O câncer da corrupção está em metástase – como estamos
sentindo nesses dias – e nos exige ainda mais vontade, mais contundência e
melhor trabalho em equipe”, destacou Santos, afirmando que nenhum de seus
familiares fez “um só negócio com o governo” ou “esteve
envolvido em algum tipo de tráfico de influência”.

Santos disse também que determinou à Agência Nacional de
Infraestrutura que entregue ao Ministério Público toda a informação vinculada
aos contratos questionados.

A Câmara Colombiana de Infraestrutura anunciou, nessa
segunda-feira, a expulsão do grupo brasileiro devido ao escândalo de corrupção.

A câmara exortou o governo e os órgãos de controle a “liderar com decisão
e energia uma cruzada nacional para combater e erradicar o fenômeno corrosivo
da corrupção” nos contratos públicos.

A Odebrecht mantinha três contratos com o Estado colombiano:
um trecho da Estrada do Sol (entre o centro do país e o Caribe), obtido durante
o mandato do presidente Alvaro Uribe, a estrada Puerto Boyacá – Chiquinquirá e
um trabalho para dar navegabilidade ao rio Magdalena, ambos sob o mandato de
Santos.

No domingo (15), o ex-vice-ministro dos Transportes Gabriel
García Morales, que ocupou o cargo durante o governo Uribe, admitiu as
acusações do Ministério Público que o vinculam com as irregularidades na
concessão dos contratos do Trecho 2 da Estrada do Sol.

De acordo com o Ministério Público (MP), Morales recebeu US$
6,5 milhões para excluir concorrentes, para que o antigo Instituto Nacional de
Concessões (Inco), sob sua responsabilidade na época, desse a obra à Odebrecht.

No sábado (14), as autoridades prenderam o ex-senador Otto
Nicolás Bula, do governista Partido Liberal, por suspeita de “violação do
regime de trocas internacionais”.

O MP afirma que “a sucursal da Odebrecht na Colômbia
contratou, em 5 de agosto de 2013, Otto Nicolás Bula, mediante a modalidade de
‘honorários por resultado, ou cota de êxito’ com o objetivo de obter o
contrato” para um trecho da Estrada do Sol.

Segundo o Ministério Público, no total a Odebrecht pagou US$
11,1 milhões em subornos na Colômbia por contratos públicos.

Foto: (R7) 

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