Países se unem para promover cadeia do algodão

Representantes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), do governo brasileiro e da Tanzânia se uniram em Dar es Salaam para debater formas de promover o trabalho decente na cadeia produtiva do algodão

Postado em: 27-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Representantes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), do governo brasileiro e da Tanzânia se uniram em Dar es Salaam para debater formas de promover o trabalho decente na cadeia produtiva do algodão

A experiência e as boas práticas brasileiras na promoção do trabalho decente no setor de produção de algodão serão sistematizadas, compartilhadas e adaptadas à Tanzânia, informou nesta terça-feira (24) a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Como parte do Programa de Cooperação Sul-Sul, representantes do governo brasileiro e da Tanzânia reuniram-se com técnicos da OIT em Dar es Salaam em novembro do ano passado para uma oficina de trabalho seguida de visita à cidade de Mwanza.

O objetivo foi elaborar de forma conjunta e tripartite um projeto para fortalecer a capacidade do país africano em responder aos desafios da cadeia produtiva do algodão em termos de trabalho decente.

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Realizado no âmbito do projeto “Promoção do trabalho decente em países produtores de algodão na África e América Latina”, executado por OIT, governo brasileiro e Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), o evento teve como base os princípios da Cooperação Sul-Sul — horizontalidade, solidariedade e não condicionalidade entre os países em desenvolvimento.

Cerca de 40 pessoas participaram da oficina, entre elas técnicos da OIT dos escritórios de Brasília e Dar es Salaam. A delegação do governo brasileiro foi composta por representantes da Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério do Trabalho e da Secretaria de Previdência Social do Ministério da Fazenda.

A delegação da Tanzânia foi formada por representantes do Escritório do Primeiro Ministro para o Trabalho, Juventude, Emprego e Pessoas com Deficiência (PMO-LEYD), além de membros de outras instituições governamentais, de organizações de empregadores, de trabalhadores e da sociedade civil.

Ao longo dos quatro dias de trabalho, os participantes compartilharam experiências nas áreas de seguridade social, inspeção do trabalho e combate ao trabalho infantil.

“Esta iniciativa fortalece a cooperação entre os países e abre caminho para a articulação de diversas experiências brasileiras bem-sucedidas de erradicação do trabalho infantil, inclusão produtiva e promoção do emprego de jovens no setor de produção de algodão”, declarou a Comissária do Trabalho da Tanzânia, Hilda Kabissa.

O especialista em emprego da OIT em Dar es Salaam, Jealous Chirove, disse que “o apoio do Brasil à promoção do trabalho decente no setor do algodão é muito oportuno, uma vez que nos últimos anos o algodão passou a ser o segundo maior cultivo de exportação da Tanzânia, atrás apenas do café”.

A secretária de inspeção do trabalho do Brasil, Maria Teresa Jensen, destacou os esforços que viabilizaram a cooperação, e ressaltou que as políticas brasileiras de combate ao trabalho infantil e escravo começaram com o reconhecimento do problema pelo país e com o envolvimento direto da inspeção do trabalho.

Parceria

Antes da missão conjunta à Tanzânia em novembro, foi feito um estudo sobre os déficits de trabalho decente na cadeia produtiva do algodão no país africano, com o objetivo de identificar os principais desafios e oportunidades para subsidiar a cooperação.

A iniciativa foi executada por OIT, governo brasileiro e IBA, compartilhando experiências brasileiras relevantes em áreas como combate à pobreza e discriminação, inclusão produtiva, diálogo social, prevenção e erradicação do trabalho infantil e do trabalho forçado, formalização do trabalho, promoção do emprego de jovens e da igualdade de gênero, raça e etnia.

Além da Tanzânia, outros quatro países produtores de algodão fazem parte da iniciativa de Cooperação Sul-Sul trilateral: Paraguai, Peru, Mali e Moçambique, informou a OIT. (ONU Brasil) 

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