Presidente de Angola vai deixar poder após 37 anos

José Eduardo dos Santos, que está na presidência do país desde 1979, anuncia que não pretende mais participar das eleições gerais

Postado em: 04-02-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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José Eduardo dos Santos, que está na presidência do país desde 1979, anuncia que não pretende mais participar das eleições gerais

O presidente angolano José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979, confirmou na última sexta-feira (3) que não pretende participar das eleições gerais de agosto. Ele é um dos líderes africanos há mais tempo no cargo. As informações são da Radio France Internacionale.

O anúncio de Santos vira uma página na história de Angola. A aposentadoria do mandatário, de 74 anos, vinha sendo cogitada há meses, em meio a rumores sobre o seu estado de saúde. Ele, que chegou ao poder em 1979, perde por apenas um mês, para o atual presidente da Guiné Equatorial, Obiang Nguema, o título de decano dos chefes de Estado africanos.

Santos foi por muito tempo acusado de querer promover um de seus filhos para perpetuar o controle da família sobre o país. No entanto, confirmando informações que vinham sendo divulgadas desde dezembro, o presidente anunciou outro nome para substituí-lo. “O Comitê Central do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) aprovou o nome do candidato João Lourenço para as eleições de agosto”, declarou Santos na abertura de uma reunião recente do seu partido.

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Lourenço, atual ministro da Defesa e considerado moderado, deve substituir o chefe de Estado caso o MPLA vença as próximas eleições. A Constituição de Angola não prevê a realização de eleição presidencial no país, mas exige que o cargo seja ocupado pelo chefe do partido que ganha as legislativas.

O MPLA chegou ao poder em 1975, quando Angola tornou-se independente de Portugal. José Eduardo dos Santos tomou as rédeas do país quatro anos mais tarde, após a morte do líder histórico, Agostinho Neto. Ele tirou Angola da guerra civil (1975-2002), mas deixa o país, um dos maiores produtores de petróleo africano, junto com a Nigéria, mergulhado na pobreza extrema e em uma grave crise econômica causada pela queda do preço da commodity. (Agência Brasil)

 

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