Ato lembra seis anos do início da guerra na Síria

Representantes do Acnur, do governo brasileiro, da Arquidiocese do Rio de Janeiro e artistas fazem manifestação

Postado em: 16-03-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Representantes do Acnur, do governo brasileiro, da Arquidiocese do Rio de Janeiro e artistas fazem manifestação

Um ato para lembrar os seis anos da guerra na Síria reuniu na manhã de ontem (15), no Cristo Redentor, representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), do governo brasileiro, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, além de artistas e famílias refugiadas que estão no Brasil. Ao discursar, a representante da Acnur, Isabel Marquez, destacou a situação de tragédia humanitária no país asiático e pediu o empenho internacional contra o agravamento da crise.

“O mundo vive uma crise de refugiados sem precedentes, pelo simples fato de que conflitos antigos coexistem com novas guerras, o que aumenta exponencialmente o número de pessoas que são forçadas a deixar as suas casas”,  disse Isabel, que lamentou que os refugiados tenham se tornado uma questão política. “Estamos em uma encruzilhada em relação à maneira como os refugiados são percebidos e como o mundo responde às suas necessidades. O mundo não pode mais virar as costas para a Síria nem levantar barreiras para quem precisa de ajuda humanitária.”

Desde o início da guerra na Síria, 6,3 milhões de pessoas deixaram suas casas e se deslocaram internamente no país, e 4,9 milhões buscaram refúgio em nações vizinhas ou em outros continentes. O Brasil recebeu 2,5 mil refugiados sírios nesse período, o que corresponde a um quarto dos refugiados oficializados no país atualmente.

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Cerca de metade dos refugiados sírios mundo afora são crianças e jovens que escaparam de um país em que mais de 2 milhões de crianças estão fora da escola, e 6 milhões precisam de assistência humanitária. Até 2015, a ONU já havia registrado mais de 250 mil mortos no país, e uma pesquisa divulgada pela imprensa internacional no ano passado chegou a noticiar mais de 470 mil mortes.

Dois ataques deixam 37 mortos 

Duas explosões sacudiram ontem (15) a capital da Sìria, Damasco, deixando um saldo de dezenas de mortos. Ontem completaram seis anos as manifestações contra o presidente Bashar Al Assad que resultaram no sangrento conflito no país árabe. As informações são da agência Telam.

O primeiro ataque, que deixou saldo de 30 mortos, segundo a polícia, e de 39, segundo ativistas, foi contra o Palácio da Justiça, no centro da capital síria. Um homem com uniforme militar, que portava uma metralhadora e uma granada, desobedeceu a uma ordem de parar, começou a correr e detonou uma carga explosiva que levava presa ao corpo, informou o chefe do Departamento de Polícia da capital, Mohamed Jeir Ismail.

Ele informou que o prédio, próximo ao famoso mercado de Hamidiye, o bazar do centro da cidade, estava “abarrotado de civis inocentes” no momento da explosão. A televisão oficial síria mostrou imagens do edifício, onde podiam ser vistos muitos destroços e manchas de sangue no chão e nas paredes. A agência oficial de notícias Sana informou que “vários civis” foram mortos e feridos no ataque.

O canal de TV estatal falou também de uma segunda explosão na zona de Al Rabwah, no noroeste da capital, sem informar sobre vítimas. (Agência Brasil)  

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