Papa Francisco canoniza dois irmãos pastorinhos em Fátima

Ele foi demoradamente aplaudido por uma multidão de meio milhão de pessoas, vindas de 55 países

Postado em: 13-05-2017 às 13h00
Por: Toni Nascimento
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Ele foi demoradamente aplaudido por uma multidão de meio milhão de pessoas, vindas de 55 países

O papa Francisco canonizou hoje (13), em Fátima (Portugal), os dois
irmãos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto, que, ao lado da prima
Lúcia, presenciaram as aparições da Virgem Maria há 100 anos. Em
cerimônia que durou cerca de três horas, o papa ordenou que os nomes dos
irmãos sejam inscritos no Livro dos Santos, formalizando, assim, a
canonização dos dois pastores portugueses, os mais jovens santos não
mártires da Igreja Católica. ”Assim o ordeno”, disse, em português, o
pontífice.

Ele foi demoradamente aplaudido por uma multidão de
meio milhão de pessoas, vindas de 55 países e que desde quarta-feira
(10) permaneciam no recinto do Santuário, a enorme praça onde estão as
basílicas de Nossa Senhora do Rosário, a Santíssima Trindade e a Capela
das Aparições, antiga Cova da Iria, onde teriam ocorrido as aparições.

A
cerimônia começou às 10h (no horário local; 6h, no horário de
Brasília), quando o papa deixou a Basílica de Nossa Senhora do Rosário,
onde rezou nos túmulos dos dois novos santos. Acompanhado de cardeais,
bispos e padres, Francisco se dirigiu à grande tribuna, em frente à
basílica, para celebrar a missa da canonização. Deteve-se poucos minutos
diante do andor com a imagem da Virgem de Fátima, localizado na ponta
direita da tribuna. De cabeça curvada, rezou e iniciou a celebração da
missa, sempre em português.

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A missa foi acompanhada pelo coro do
Santuário de Fátima. Francisco não deixou de marcar posição perante as
injustiças do mundo em relação aos mais desfavorecidos. Na homília,
agradeceu aos presentes explicando por que não poderia ter deixado de
participar dos festejos do centenário das aparições e de venerar a
Virgem Maria. ”Sob seu manto, não se perdem; dos seus braços, virá a
esperança e a paz que necessitam, e suplico para todos meus irmãos no
batismo e em humanidade, de modo especial para os doentes, pessoas com
deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados”,
acrescentou, sob os aplausos dos fiéis.

Foram três horas, entre a missa, a canonização, a comunhão dos
presentes, cantos e orações. O papa não se descuidou dos que sofrem.
Após a missa, deslocou-se até a ala direita do altar, para uma benção
especial aos 350 doentes vindos de todas as regiões de Portugal e de
outros países, convidados para as comemorações. Do lado esquerdo,
estavam o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, o
primeiro-ministro, Antonio Costa, além de políticos, embaixadores,
empresários e personalidades. Quando a cerimônia terminou, o presidente
da República foi ao encontro do papa para cumprimentá-lo.

No altar, 100 cardeais, de diversas partes do mundo, e centenas de
bispos e padres acompanharam a missa. Francisco trajava batina branca,
tradição iniciada pelo papa Inocêncio V em 1276, que era dominicano e
adotou essa cor de veste. O papa Francisco pouco sentou-se, ficou de pé a
maior parte do tempo.

A cerimônia teve vários momentos de emoção, sobretudo na comunhão, oferecida aos presentes por 2 mil padres.

Além
de policiais, centenas de escoteiros cuidavam da organização. Eles são
74 mil em Portugal, atividade explicada pelo chefe do grupo como
indispensável à formação da juventude. É uma tradição portuguesa.

Após
o término da cerimônia, o andor com a imagem Virgem de Fátima foi
levado de volta à Basílica da Santíssima Trindade por dez jovens cadetes
do Exército, cruzando os milhares de fiéis que não se cansavam de
acenar e de aplaudir. O gesto foi repetido por um sorridente papa
Francisco, que aguardou silenciosamente, sentado, até o momento em que
desceu no altar para a Cerimônia do Adeus.

Já no papamóvel,
Francisco foi cercado pela multidão. Risonho, ele acenava para os fiéis,
que seguravam lenços e bandeiras. No trajeto, um policial lhe entregou
um bebê, a quem o papa acariciou ternamente. Poucas horas depois, o
pontífice embarcou em um avião da TAP de volta ao Vaticano, acompanhado
por um grupo de 72 jornalistas. 

(Agência Brasil)

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