Universidade brasileira participará de rede global para encontrar a cura do HIV

Pesquisa utilizará engenharia genética com objetivo de bloquear o vírus por completo dentro das células

Postado em: 25-08-2021 às 17h25
Por: Maria Paula Borges
Imagem Ilustrando a Notícia: Universidade brasileira participará de rede global para encontrar a cura do HIV
Pesquisa utilizará engenharia genética com objetivo de bloquear o vírus por completo dentro das células | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Faculdade de Medicina e o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) irão participar da rede global de pesquisa, conhecida em inglês como HIV Obstruction by Programmed Epigenetics (HOPE) Collaboratory, que pretende encontrar a cura definitiva para a infecção do HIV, vírus que causa a aids, por meio da engenharia genética. A nova abordagem de combate buscará bloquear por completo o HIV dentro das células e posteriormente, a eliminação.

“As últimas décadas representaram avanços muito importantes no tratamento e controle do HIV e AIDS. Mas o paciente segue precisando se tratar continuamente e o risco de agravamento em caso de interrupção permanece. Esta nova abordagem significará um passo fundamental. Poderá ser, finalmente, a cura do HIV”, destacou Esper Kallás, professor titular do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), que coordenará o grupo brasileiro.

O combate ao HIV atualmente é feito com uso de medicamentos retrovirais, principalmente. Estes precisam ser tomados pelos pacientes por toda a vida. Entretanto, eliminam o vírus que está circulante no sangue, mas atua com menor intensidade nas células infectadas.

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A pesquisa traz uma nova abordagem em que os cientistas buscarão maneiras de bloquear e trancar o HIV dentro das células, deixando-o inativo, o que deverá ser feito com drogas que agirão no material genético do vírus. A ideia é encontrar os caminhos para modificar o vírus dentro da célula a ponto de destruí-lo.

A rede é liderada por Gladstone Institute, Scripps Research Florida e Weil Cornell Medicine, e receberá investimento de U$ 26,5 milhões para desenvolver a pesquisa. Após cumprir as fases iniciais, ensaios clínicos deverão ser conduzidos no Hospital das Clínicas da FMUSP.

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