Quinta-feira, 01 de agosto de 2024

Decisão de presidente recebe boicote nos EUA

Estados e cidades americanas recusam aceitar medida de Donald Trump sobre saída do acordo

Postado em: 03-06-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Estados e cidades americanas recusam aceitar medida de Donald Trump sobre saída do acordo

Um grupo de 12 governadores assinou um manifesto de boicote à saída do acordo sobre o clima.  Também milhares de manifestantes foram as ruas de Nova York e Washington, bem como ativistas à Casa Branca em protestos contra a decisão do presidente Donald Trump de retirar os Estados Unidos do acordo de Paris – sobre os compromissos para diminuir a emissão de gases de efeito estufa.

Governadores dos estados da Califórnia, do Colorado, do Connecticut,  de Delaware, do Hawaii, de Minnesota, New York, Oregon, da Pensilvânia,  de Rhode Island,  da Virginia e de Washington assinaram o manifesto.

Algumas prefeituras, como a de Atlanta, por exemplo, também manifestaram-se a favor do acordo. Estados e cidades querem negociar diretamente com as Nações Unidas para se manterem de forma independente no Acordo de Paris.

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Na carta assinada e publicada na internet, os Estados reafirmam o compromisso com o acordo do clima e lembram que representam 38% do Produto Interno Bruto (PIB) americano.

“Nós escrevemos como governadores de 12 estados que abrigam 107 milhões de americanos e compõem cerca de 38% do PIB do país para manter os Estados Unidos no Acordo do Clima Paris”, diz o texto.

Na carta, os estados  relatam que vem conseguindo reduzir as emissões de gases de efeito estufa, e dizem estar convencidos de que o objetivo dos Estados Unidos de reduzir entre 26% e 28% dos níveis de emissão de 2005 é “perfeitamente viável”.

O texto contesta os argumentos econômicos usados por Donald Trump. No Twitter houve reações de ex- vice presidentes como Al Gore e Joe Biden. Para defender sua posição, Donald Trump twittou que foi eleito para representar os interesses dos cidadãos de Pittsburgh, e não de Paris.  O prefeito da cidade, Bil Peduto, escreveu “que a cidade vai seguir as orientações do Acordo de Paris, porque em Pittsburgh quem ganhou a eleição foi Hillary Clinton que teve 80% dos votos na campanha presidencial”.

O ex-presidente Barack Obama, que tem evitado comentar as decisões políticas de Trump, divulgou um comunicado e disse estar confiante que os estados, cidades e empresas vão se unir para proteger as gerações futuras e o planeta. Algumas empresas, estados e prefeituras, como em Atlanta, por exemplo, estão se mobilizando para manter o compromisso de produzir energia limpa e continuar no acordo de Paris, em um movimento contrário ao caminho do isolamento escolhido por Trump. (Agência Brasil)

Saída provoca revés nos esforços globais

Os esforços globais contra a mudança climática sofreram um grande revés na última quinta-feira (1), quando o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a retirada do país do Acordo de Paris, um tratado mundial destinado a controlar o aquecimento global. A decisão foi denunciada por ambientalistas como “um erro imprudente e insensato” e provocou protestos de especialistas em todo o mundo. A informação é da agência Xinhua.

Na verdade, o anúncio de Trump não deveria ser uma surpresa para o mundo, uma vez que ele, que já chamou a mudança climática de “um engano”, prometeu sair do acordo global durante a campanha presidencial, como parte de um esforço para reforçar as indústrias de petróleo e carvão dos EUA.

“A partir de hoje, os Estados Unidos cessarão toda a implementação do Acordo de Paris não vinculativo e os encargos financeiros e econômicos draconianos que o acordo impõe ao nosso país”, disse o mandatário na quinta, durante o anúncio na Casa Branca.

Isolamento

O especialista Roger-Mark De Souza, diretor de População, Segurança Ambiental e Resiliência do Wilson Center, um grupo de pesquisa baseado em Washington, disse a saída dos Estados Unidos do acordo climático significa que “o país se isolará da colaboração internacional e cooperação em várias frentes”.

“Isso afetará a segurança dos EUA, a provisão de empregos, as operações comerciais e os esforços diplomáticos do país”, disse De Souza à Xinhua, observando que também será mais difícil para os estados e cidades dos Estados Unidos, que ele descreveu como “centros de inovação, resiliência e prosperidade”, lutar contra as mudanças climáticas sem o apoio geral do governo federal.

O pesquisador também previu que a decisão de Trump poderá “levar a relações mais frias com parceiros bem estabelecidos dos Estados Unidos”. Na cúpula do G7 (grupo das sete nações mais ricas) realizada na semana passada, por exemplo, Trump foi o único líder que recusou o acordo internacional histórico alcançado em Paris em 2015, que busca limitar o aquecimento global a menos de dois graus Celsius.

(Agência Brasil)

  

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