Investigação relacionada ao 11 de Setembro identifica mais duas vítimas do ataque terrorista

Com análise de DNA, foi possível confirmar a identidade de Dorothy Morgan e de um homem que teve o nome preservado a pedido da família

Postado em: 08-09-2021 às 15h42
Por: Giovana Andrade
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Com análise de DNA, foi possível confirmar a identidade de Dorothy Morgan e de um homem que teve o nome preservado a pedido da família. | Foto: Reprodução

O Departamento de Perícia Médica de Nova York conseguiu identificar formalmente mais duas vítimas do ataque terrorista de 11 de Setembro. Uma delas se chamava Dorothy Morgan e vivia em Hempstead, no Condado de Nassau. A segunda vítima, um homem, não teve o nome revelado a pedido da família.

Após a atualização, chega a 1.647 o número de pessoas identificadas após o ataque terrorista no World Trade Center em 2001. O trabalho é resultado de análises contínuas de DNA de restos mortais recuperados no local da tragédia.

Anteriormente, a última atualização na identificação de vítimas do atentado havia acontecido em outubro de 2019. Até o momento, 1.106 pessoas — aproximadamente 40% dos que morreram no ataque — ainda não foram formalmente reconhecidas.

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Em comunicado, a chefe do departamento, Barbara A. Sampson, reafirmou o compromisso do departamento no sentido de identificar as vítimas do ataque. “Vinte anos atrás, fizemos uma promessa às famílias das vítimas do World Trade Center de fazer o que fosse necessário pelo tempo que fosse necessário para identificar seus entes queridos. (…) Não importa quanto tempo passe, nunca esqueceremos do 11 de Setembro e nos comprometemos a usar todas as ferramentas à nossa disposição para garantir que todos aqueles que foram perdidos possam se reunir com suas famílias”, disse.

‘Reabrir velhas feridas’

Segundo a família de Dorothy Morgan, ela trabalhava como corretora de seguros no complexo que entrou em colapso ao ser atingido por dois aviões comerciais sequestrados por terroristas da rede al-Qaeda. Sem os restos mortais, nunca foi possível fazer um enterro adequado. A filha dela, Nykiah Morgan, se disse surpresa com a identificação duas décadas após a tragédia.

— Eu não sabia que eles ainda estavam tentando fazer isso depois de todos esses anos — revelou ela em entrevista ao jornal New York Times.

Nykiah contou ainda que, após o ataque, teve esperanças de que a mãe estivesse viva, viajando a Manhattan várias vezes à procura dela, sem sucesso. Em outubro de 2001, Dorothy foi homenageada na igreja que a família frequentava.

Após tantos anos, a filha não tem certeza se quer fazer a retirada dos restos mortais da mãe, temendo que o luto vivido até agora seja ainda mais afetado pelo enterro de um caixão com um pequeno fragmento de osso.

— De repente, você tem que decidir o que fazer com um ente querido que morreu há 20 anos. É quase como reabrir velhas feridas. Com o tempo, você sente que está melhorando, mas algo assim acontece 20 anos depois e você tem que lidar com tudo de novo — lamentou.

De acordo com o New York Times, a investigação relacionada ao 11 de Setembro é a maior ação de busca de pessoas desaparecidas já realizada nos Estados Unidos. Nos últimos 20 anos, equipes de peritos têm testado repetidamente 22 mil pedaços de restos mortais encontrados nos destroços.

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