Secretário do Conselho de Defesa renuncia

O major-general Alexis López Ramírez renunciou ao cargo de secretário do Conselho de Defesa da Nação, o órgão máximo consultivo do governo

Postado em: 14-06-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

O major-general Alexis López Ramírez renunciou ao cargo de secretário do Conselho de Defesa da Nação, o órgão máximo consultivo do governo da Venezuela por discordar do processo de Constituinte convocado pelo presidente Nicolás Maduro. A informação foi confirmada na última segunda-feira (13) à Agência EFE por uma fonte do Executivo.

O militar acumulava o cargo de secretário do Conselho de Estado da Venezuela desde 7 de julho de 2014 por decisão de Maduro e antes tinha sido comandante-geral do Exército.

O jornalista e ex-embaixador venezuelano Vladimir Villegas afirmou no Twitter que López Ramírez renunciou por discordar da decisão de Maduro de convocar uma Assembleia Constituinte.

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López Ramírez também foi chefe da Casa Militar do ex-presidente Hugo Chávez. O major-general participou, ao lado de Chávez, da fracassada tentativa de golpe de Estado em 1992 contra o então presidente Carlos Andrés Pérez.

O Artigo 323 da Constituição da Venezuela diz que o Conselho de Defesa da Nação é “o órgão máximo de consultoria para o planejamento e assessoria do Poder Público nos assuntos relacionados com a defesa da nação, a sua soberania e a integridade de seu espaço geográfico”.


Constituinte

A Assembleia Nacional Constituinte, convocada por Maduro no último dia 1º de maio, tem como objetivo redigir uma nova Carta Magna para substituir a atual.

Vários chavistas distanciados do governo de Maduro são críticos da convocação da Constituinte. Uma das principais vozes opostas à medida é a procuradora-geral, Luisa Ortega Díaz, que defende que a população deve ser consultada sobre a mudança do ordenamento jurídico do país.

A eleição dos mais de 500 representantes da Assembleia Constituinte será realizada no próximo dia 30 de julho. O texto que eles aprovarem deverá ser submetido a um referendo para sua aprovação antes de ser considerado a nova Constituição.

Desde o último dia 1º de abril, a Venezuela vive uma onda de protestos contrários e favoráveis ao governo. Alguns deles terminaram em violência e repressão policial. O número de mortos já chega a 67, com mais de mil feridos. (Abr)

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