Diretora da OMS faz alerta para quarta onda da pandemia da Covid-19

Mariângela Simão destacou que há países com ondas repetidas e transmissão contínua

Postado em: 23-11-2021 às 17h38
Por: Maria Paula Borges
Imagem Ilustrando a Notícia: Diretora da OMS faz alerta para quarta onda da pandemia da Covid-19
Mariângela Simão destacou que há países com ondas repetidas e transmissão contínua | Foto: Reprodução

A diretora-geral adjunta de acesso a medicamentos e produtos farmacêuticos da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mariângela Simão, afirmou que o mundo está entrando na quarta onda da pandemia de Covid-19. A declaração foi dada na última segunda-feira (22/11) durante a conferência de abertura de um evento realizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

Segundo Mariângela, as regiões do mundo tiveram comportamento diferente na pandemia. “O mundo, na verdade, está entrando em uma quarta onda, mas as regiões tiveram comportamento diferente em relação à pandemia. Na região das Américas, há uma transmissão comunitária continuada, com pequenos picos, enquanto a Europa está entrando de novo em uma ressurgência de casos”.

O aumento de número de casos da doença tem levado os países a ampliar o acerto contra não imunizados. Na Áustria, foi imposto um lockdown específico contra essas pessoas. A estratégia é um meio de evitar que novas cepas surjam. “A OMS tem o entendimento neste momento que é provável que a gente tenha uma transmissão continuada do vírus por conta das variantes”, disse Mariângela.

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Além disso, a diretora destacou que há países com ondas repetidas, transmissão contínua e aqueles que tiveram controle não sustentado no início da pandemia que agora tem picos agudos de contaminação.

Mariângela ressaltou quatro pontos que influenciam na transmissão do vírus. O primeiro deles são as variantes mais transmissíveis. Atualmente, conforme o mapeamento genético realizado pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS), a Delta corresponde a mais de 97% das variantes que circulam no país.

O segundo ponto destacado foi o fato de grande parte da população seguir sem acesso às vacinas. Segundo dados da OMS, menos de 5% das pessoas de países de baixa renda receberam ao menos uma dose da vacina anti-covid. “A inequidade no acesso à vacina é o maior desafio ético do nosso tempo”, disse a diretora.

O terceiro e quarto fatores seriam o aumento das interações sociais e desinformação em relação às formas de lidar com o vírus. “A mensagem correta, no momento certo, em formato adequado, vinda da pessoa certa pode auxiliar muito”.

De acordo com Mariângela, entre domingo e segunda, mais de 440 mil casos em todo mundo e um total de 6,7 mil óbitos foram confirmados. “É claro que isso reflete uma enorme subnotificação em vários continentes”, apontou.

Segundo a diretora, pelo que se observa pelas informações de altos níveis de imunidade populacional em todos os países, a mortalidade poderá reduzir significativamente. Ela acrescentou ainda que os surtos de contaminação podem continuar acontecendo entre grupos suscetíveis, como os não vacinados, e que nesse caso é preciso intensificar o processo de conscientização.

A diretora reforçou também que a vacinação isolada não consegue conter a transmissão, tornando importante o monitoramento contínuo da situação epidemiológica e adoção de medidas. “Me preocupa bastante quando vejo no Brasil a discussão sobre o Carnaval, é uma condição extremamente propícia para o aumento da transmissão comunitária. Precisamos planejar as ações para 2022”, disse.

Mariângela ressaltou ainda o ponto da associação entre cobertura vacinal e uso de máscaras, que acaba sendo um fator de atenção para países em que a vacinação avançou.

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