Quinta-feira, 01 de agosto de 2024

Juiz fixa prisão de ex-controlador do Equador

Em uma audiência realizada na Corte Nacional, ontem (7), o juiz Luis Enríquez fixou a detenção domiciliar em substituição à prisão preventiva (com fins de investigação) porque o réu tem mais de 65 ano

Postado em: 08-08-2017 às 08h35
Por: Thais Tomás
Imagem Ilustrando a Notícia: Juiz fixa prisão de ex-controlador do Equador
Em uma audiência realizada na Corte Nacional, ontem (7), o juiz Luis Enríquez fixou a detenção domiciliar em substituição à prisão preventiva (com fins de investigação) porque o réu tem mais de 65 ano

Um juiz da Corte Nacional de Justiça do Equador determinou
uma medida de detenção domiciliar contra o ex-controlador Carlos Pólit, que se
encontra nos Estados Unidos e que foi acusado por delito de concussão (exigir
vantagem indevida) dentro do caso Odebrecht. As informações são da agência de
notícias EFE.

Em uma audiência realizada na Corte Nacional, ontem (7), o
juiz Luis Enríquez fixou a detenção domiciliar em substituição à prisão
preventiva (com fins de investigação) porque o réu tem mais de 65 anos.

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Além disso, ordenou a apreensão de fundos e a proibição de
alienar bens móveis e imóveis de Pólit como parte das medidas solicitadas pelo
Ministério Público na investigação do caso de concussão ou cobrança ilegal por
prestações em proveito próprio.

Na audiência, o procurador-geral do Estado, Carlos Baca,
acusou Pólit de ter se beneficiado com cobranças ilegais, em troca de efetuar
reparos em contas não claras de certas obras executadas pela construtora
brasileira.

Segundo a acusação fiscal, Pólit teria pedido a um
ex-executivo da Odebrecht US$ 6 milhões pelo desvanecimento de glosas e outros
US$ 4 milhões por relatórios da Controladoria a favor da construtora.

“Estamos investigando novas vinculações que poderiam
existir especialmente com empresas e outras pessoas. Não descartamos que
potencialmente outros funcionários de Controladoria poderiam estar
envolvidos”, acrescentou Baca.

Ele disse que o Ministério Público solicitará a extradição
de Pólit dos Estados Unidos, para onde foi no último mês de junho, pouco antes
que explodisse o escândalo contra ele.

Acusado tem cidadania americana

Sobre o fato de Pólit também possuir a cidadania americana,
o procurador-geral admitiu que isso será uma complicação, mas que, de todas
maneiras, a extradição será solicitada.

Por sua vez, o advogado Hernán Ulloa, defensor de Pólit,
insistiu na inocência do seu cliente, uma vez que, em sua opinião, a acusação
não se sustenta em assuntos precisos, mas em delações efetuadas por um
ex-diretor da Odebrecht, que ainda estão sendo investigadas.

Ulloa assegurou que sua defesa tentará “desvirtuar as
acusações” e considerou que a detenção domiciliar de Pólit viola um desejo
do seu cliente de retornar ao país para defender-se em liberdade.

“Se houver garantias suficientes, (Pólit) virá ao Equador”,
reiterou Ulloa após assegurar que nas atuais circunstâncias, com uma ordem de
detenção vigente, ele mesmo lhe sugeriu que não retorne ao país.

Em dezembro do ano passado, o Departamento de Justiça dos
Estados Unidos informou que a Odebrecht havia pagado US$ 788 milhões em
subornos em 12 países da América Latina e da África.

O relatório do Departamento de Justiça indicou que no
Equador, entre 2007 e 2016, a construtora brasileira supostamente pagou
subornos no valor de mais de US$ 35,5 milhões a funcionários do governo, o que
supostamente lhe gerou benefícios de mais de US$ 116 milhões. 

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