Conheça a história da adolescente que tentou assassinar a mãe durante surto de TPM

Comportamentos agressivos eram relacionados ao período pré-menstrual da jovem, diagnosticada com tensão pré-menstrual severa. Nicola Jane Owen atualmente, após tratamento com progesterona

Postado em: 05-01-2022 às 18h20
Por: Redação
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Comportamentos agressivos eram relacionados ao período pré-menstrual da jovem, diagnosticada com tensão pré-menstrual severa. Nicola Jane Owen atualmente, após tratamento com progesterona | Foto: Tim Merry

Por Iara Vilela

Em 1978, com apenas 18 anos, a jovem britânica Nicola Jane Owen era acusada de tentar incendiar a casa de sua família enquanto sua mãe estava no local. Durante o tempo em prisão, a jovem foi visitada por vários psiquiatras que a diagnosticaram como “insana, maníaca psicopata e um risco para a sociedade” relata Nicola para o The Mirror.

A jovem era considerada uma criança comportada e tranquila, foi modelo durante a infância, e também gostava de dançar, chegando a ganhar algumas competições. Porém, durante sua adolescência, seu comportamento mudou “quando cheguei na puberdade meu humor escureceu drasticamente e eu comecei a me machucar. Usava a navalha do meu pai para cortar meus cílios, sobrancelhas, raspar meu cabelo e cortar o meu rosto”

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Durante um surto pré-menstrual na adolescência, Nicola chegou a perseguir sua mãe com uma faca na cozinha. Aos 17 anos, tentou atear fogo na própria casa quando estava sozinha. Nessa ocasião, os vizinhos comunicaram o corpo de bombeiros e a jovem foi detida, porém foi liberada após os seus pais pagarem fiança.

Aos 18 anos, Nicola tentou novamente incendiar a casa, porém nessa ocasião sua mãe estava no local. Após sentir o cheiro de fumaça, a mãe da jovem conseguiu apagar o princípio do incêndio com baldes de água “Minha mãe não sofreu nenhum ferimento, mas quebrou seu coração ter que me denunciar para a polícia”. Ao ser presa, a jovem não teve direito a fiança.

Durante o período de prisão de Nicola, os pais da jovem encontraram um psiquiatra que queria entender melhor os episódios de surto. Utilizando um diário escrito pela mãe de Nicola, o psiquiatra conseguiu relacionar os comportamentos agressivos ao ciclo menstrual da jovem. Um ginecologista diagnosticou a jovem com uma severa deficiência de progesterona, e começou um tratamento hormonal. “Com três semanas de tratamento eu era uma pessoa diferente.”

Durante o julgamento, o advogado da jovem apresentou o diagnóstico clínico do quadro de tensão pré-menstrual severa da jovem. Esse foi o primeiro caso que a TPM foi aceita como um fator atenuante da defesa. 

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