Biden acusa Trump de ser uma ameaça à democracia: “criou e espalhou uma teia de mentiras”
Acusação diz respeito aos ataques de seguidores do Trump ao Capitólio, em 2021
Por: Maria Paula Borges
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acusou seu antecessor, Donald Trump, de representar ameaça contínua à democracia no aniversário do violento ataque à sede do Congresso dos Estados Unidos. A acusação foi feita nesta quinta-feira (6/1) e diz respeito aos ataques de seguidores de Trump, que tentavam reverter a derrota nas eleições de 2020.
Joe Biden, em pronunciamento no Capitólio, alertou que as acusações falsas de Trump a respeito das eleições poderia desafiar o Estado de Direito e minar futuras eleições. Na época da derrota, Trump afirmou que as eleições foram roubadas por meio de fraude eleitoral generalizada.
Segundo Biden, é preciso ser absolutamente claro sobre o que é verdade. “Precisamos ser absolutamente claros sobre o que é verdade e o que é mentira. Aqui está a verdade: um ex-presidente dos Estados Unidos da América criou e espalhou uma teia de mentiras sobre as eleições de 2020. Ele fez isso porque valoriza o poder mais do que princípios”, disse.
Além disso, Biden afirma que Trump “não consegue aceitar que perdeu’.
Lançar um ataque direto a Trump foi uma largada para o atual presidente norte-americano, que nunca tinha citado o nome de seu antecessor, que passou a maior parte de seu primeiro ano de cargo focado em seguir a agenda presidencial. Entretanto, democratas, alguns republicanos e observadores independentes alertam que o estrago causado por Trump persiste.
Conforme uma pesquisa Reuters/Ipsos, aproximadamente 55% dos eleitores republicanos acreditam na afirmação falsa de Trump. A afirmação já foi rejeitada em dezenas de tribunais, departamentos eleitorais estaduais e membros do próprio governo chefiado por ele.
De acordo com Biden, há uma “batalha pela alma da América” e uma luta interna e externa entre as forças da democracia e da autocracia.
Após o discurso de Biden, Trump emitiu um comunicado dizendo que o presidente norte-americano “usou meu nome hoje para tentar dividir ainda mais a América”.
O caos no Capitólio resultou em quatro mortes e aconteceu após Trump pedir que os apoiadores marchassem até o congresso e “lutassem como o inferno”. Além disso, a situação resultou na morte de um policial no dia seguinte a uma batalha contra desordeiros e quatro morreram depois por suicídio. Cerca de 140 policiais ficaram feridos.
Segundo Chuck Schumer, líder da Maioria no Senado, embora o edifício do Capitólio seja mais fortificado hoje do que um ano atrás, a democracia continua vulnerável.