Estudo aponta que pessoas infectadas e vacinadas adquirem “superimunidade” contra a Covid-19
Coautor do estudo afirma que “não faz diferença se a pessoa é infectada e depois vacinada ou se é vacinada e depois infectada”
Por: Maria Paula Borges
Uma pesquisa realizada pela Oregon Health & Science University (OHSU), dos Estados Unidos, e publicada pela revista Science Immunology, nesta terça-feira (25/1), aponta que pessoas com infecção pelo coronavírus e vacinadas adquirem “superimunidade”, ou seja, uma imunidade superior à proteção imunológica de quem apenas recebeu a vacina. Segundo conclusões a “resposta imunológica medida no soro sanguíneo revelou anticorpos mais abundantes e eficazes”.
O estudo, entretanto, foi feito antes do surgimento da variante Ômicron, mas a expectativa dos pesquisadores é que as respostas híbridas sejam semelhantes à nova variante, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como preocupante e altamente contagiosa. Segundo Fikadu Tafesse, coautor do estudo e professor de microbiologia molecular e imunologia da OHSU, não faz diferença se a pessoa foi infectada e depois vacinada ou vice-versa, nos dois casos a resposta imunológica é alta.
Para realizar a pesquisa, foram utilizadas 104 pessoas vacinadas contra a Covid-19 e divididas e três grupos. O primeiro era composto por 42 pessoas vacinadas e sem infecção, o segundo por 31 pessoas vacinadas após a infecção e o terceiro por 31 infectados depois da vacinação. Os participantes ainda foram controlados de acordo com idade, sexo e tempo de vacinação e infecção.
Dos participantes os pesquisadores recolheram amostras de sangue de cada um, e estas foram expostas a três variantes do vírus em laboratório. Os especialistas concluíram que os dois grupos com “imunidade híbrida”, ou seja, infectados e vacinados, geraram maiores níveis de imunidade se comparado ao grupo vacinado sem infecção.
De acordo com Marcel Curlin, professor de infecciologia na instituição, a imunidade pela infecção natural é variável, mas, quando combinada com a vacinação, fornece respostas eficientes “quase sempre”. “Os resultados indicam o momento em que o SARS-CoV-2 poderá se tornar infecção endêmica leve, como doença sazonal do trato respiratório, em vez de pandemia”, afirma.