Pessoas que já foram infectadas e vacinadas contra covid adquirem “superimunidade”, veja o estudo

A vacina continua sendo o método de imunidade mais importante, pois a proteção natural oferecida pela infecção por covid é de curta duração

Postado em: 27-01-2022 às 09h13
Por: Alexandre Paes
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A vacina continua sendo o método de imunidade mais importante, pois a proteção natural oferecida pela infecção por covid é de curta duração. | Foto: Reprodução

“A resposta imunitária medida no soro sanguíneo revelou anticorpos mais abundantes e mais eficazes do que a imunidade gerada apenas pela vacinação”, indicam as conclusões de um estudo da Oregon Health & Science University (OHSU), dos Estados Unidos, publicada na revista Science Immunology.

Pesquisadores da OHSU descobriram que pessoas que foram vacinadas e infectadas pelo SARS-CoV-2 , independente da ordem, adquirem imunidade até dez vezes maior à proteção imunológica de quem apenas recebeu a vacina. A pesquisa ocorreu antes do surgimento da variante Ômicron. 

Mesmo assim, a vacina continua sendo o fator mais importante, pois a proteção natural oferecida pela infecção é de curta duração. “Estaremos mais preparados se estivermos vacinados. Neste caso, se o vírus vier, você tem uma contaminação mais branda e ainda fica com a imunidade maior”, comentou Fikadu Tafesse, professor de microbiologia molecular e imunologia na Escola de Medicina da OHSU.

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Marcel Curlin, médico e também coautor da pesquisa, ressaltou que a imunidade adquirida apenas pela infecção do vírus varia muito de pessoa para pessoa. “A imunidade conferida apenas pela infecção natural é muito variável. Algumas pessoas produzem uma resposta forte, outras não. Mas a vacinação combinada com a imunidade da infecção oferece respostas fortes”, comentou.

Neste estudo, os cientistas mediram as respostas de anticorpos neutralizantes de 104 indivíduos e os dividiram em três grupos. No primeiro, 42 pessoas que foram vacinadas e não tiveram infecção; 31 que foram vacinadas após uma infecção e 31 que tiveram infecções após a vacinação.

A equipe levou em consideração fatores como idade, sexo e tempo de vacinação e infecção. Além disso os pesquisadores coletaram amostras de sangue de cada participante e expuseram-nas a três variantes do coronavírus no laboratório Marquam Hill de nível 3 de biossegurança da OHSU.

Os resultados mostraram que dois grupos com “imunidade híbrida” (pessoas que já foram infectados e vacinadas) podem gerar maiores níveis de anticorpos em comparação com o grupo de vacinados sem infecção, cerca de 10 vezes mais em comparação aos fornecidos pela vacinação.

Isso tudo não quer dizer, é claro, que as pessoas que já foram vacinadas e não pegaram Covid-19 devem deixar de lado a proteção. Mesmo a variante Ômicron sendo considerada mais leve e as vacinas fazendo efeito, a Covid ainda é uma doença com sintomas intensos e risco de morte. Além disso, há os riscos dos efeitos de longo prazo (a chamada Covid longa) e os perigos de espalhar o vírus para crianças, causando sobrecarga no sistema de saúde.

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