Agravamento do conflito entre Ucrânia e Rússia pode resultar em uma guerra nuclear e crise humanitária

Entenda os motivos para a invasão russa ao território ucraniano e as implicações desse conflito

Postado em: 24-02-2022 às 21h20
Por: Augusto Sobrinho
Imagem Ilustrando a Notícia: Agravamento do conflito entre Ucrânia e Rússia pode resultar em uma guerra nuclear e crise humanitária
Entenda os motivos para a invasão russa ao território ucraniano e as implicações desse conflito | Foto: GLEB GARANICH/REUTERS

Com a invasão da Rússia ao território ucraniano, na madrugada desta quinta-feira (24/02), emergiram diversos “entendedores” do assunto para explicar a situação nas redes sociais. O Twitter foi o grande palco para essas pessoas, como por exemplo, a influenciadora digital Rafa Kalimann e o ator e comediante Pedro Daher, que se propuseram a esclarecer e contextualizar o conflito entre os países.

Entretanto, a explicação de Rafa Kalimann foi criticada nas redes sociais por ser uma visão ocidental e devido a falta de formação jornalística ou internacionalista da influenciadora. “Explicar dessa forma, com visão Ocidental, é muito errado, disseminando esse pensamento dos EUA salvador do mundo é muito atrasado”, comentou um dos seguidores, no Twitter.

https://twitter.com/rego_olv/status/1496913964806160390

Outra explicação que está viralizando nas redes sociais, é o TikTok do ator e comediante Pedro Daher. Na internet, o perfil do autor possui três vídeos com a explicação da situação da Ucrânia. Com criatividade e sarcasmos, os comentários referentes a este são mais promissores. Internautas elogiaram a clareza, a acessibilidade e o tom engraçado da contextualização.

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Apesar de interessante, é preciso filtrar melhor as informações contidas nesses vídeos virais da internet. É aconselhável que, após assistir, façamos como a Rafa Kalimann orienta. “Por favor, pesquisem para aprofundar, é só um resumo pessoal”, destaca. O professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Goiás, Diego Magalhães, colaborou para explicar melhor a situação.

“A primeira coisa que deve ser colocada bem claramente, é que as piadas de cunho racista em relação a China. Embora seja um trecho pequeno e de uma coisa que não trata do país, mas tem esse palavreado do chinês não falar o ‘r’. Essa piada precisa ser colocada em seu contexto e dispensada”, afirmou Diego, que é doutor em Estudos Estratégicos Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Além disso, ele explicou o que se trata a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). A instituição é uma aliança militar internacional fundada em 1949, durante a Guerra Fria. Liderada pelos Estados Unidos da América (EUA), o objetivo é estabelecer um pacto de auxílio militar entre contra o avanço da influência socialista, na época, a União Soviética (URSS), a atual Rússia.

Hoje, a OTAN possui 28 membros e 14 são países do Leste Europeu. De acordo com o porta-voz do presidente urcraniano, Volodymyr Zelensky, no dia 14 de fevereiro, a aderir à Otan a à União Europeia. Porém, em 1990, a organização prometeu à Rússia que a disposição de forças militares ficariam a mais de 1,2 mil km da capital russo. Entretanto, já foi descumprido, pois estão a menos de 800 km.

“A percepção de ameaça motivou a Rússia a propor compromisso da OTAN a não incluir a Ucrânia. Os EUA recusaram a proposta e aumentaram a assistência militar a este país. Grandes potências, EUA e Rússia têm ignorado o apelo da Organização das Nações Unidas por uma solução pacífica. E a Rússia infringiu o Direito Internacional ao agredir militarmente a Ucrânia”, afirma Diego.

O professor também faz uma projeção caso o conflito se agrave. Ele explica o que a invasão à Ucrânia poderá resultar em um âmbito mundial. “A escalada do conflito levaria ao pior cenário para a Humanidade, incluindo o risco de guerra nuclear”, ressaltou. Por fim, destaca a importância de uma solução multilateral intermediada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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