Isenção de Bolsonaro impede que voluntários brasileiros lutem em defesa da Ucrânia

Representantes de um grupo de voluntários informaram que a Ucrânia está descartando o recrutamento de brasileiros devido à isenção de Jair Bolsonaro (PL)

Postado em: 22-03-2022 às 12h36
Por: Ícaro Gonçalves
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Representantes de um grupo de voluntários informaram que a Ucrânia está descartando o recrutamento de brasileiros devido à isenção de Jair Bolsonaro (PL) | Foto: Reprodução

Próximo de completar um mês, o conflito entre Rússia e Ucrânia tem atraído a solidariedade de milhares de pessoas ao redor do mundo, que se disponibilizam para atuar como voluntários na guerra ou no socorro às vítimas. Porém, um grupo de 35 brasileiros que se preparavam para viajar à Ucrânia cancelou a ida logo após ser informado que brasileiros não seriam mais “bem-vindos” no país. Segundo eles, a dispensa foi motivada pelo posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) frente à guerra.

O grupo, composto por alguns ex-militares, se alistariam na Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia. Em entrevista ao portal Uol, representantes do grupo informaram que o país está descartando o recrutamento de brasileiros devido à isenção de Jair Bolsonaro (PL), que se nega a fazer críticas ao presidente russo Vladimir Putin.

Por e-mail, a Legião destacou aos ex-militares que o Brasil está em uma lista de países cujos cidadãos não são mais aceitos como voluntários, incluindo a própria Rússia, Belarus e todo o continente africano. Um dos voluntários, o ex-militar mineiro Fabio Júnior de Oliveira, perguntou em inglês a um representante da Legião se o motivo da dispensa estaria relacionada à postura de Jair Bolsonaro. “Sim, é por isso”, ouviu como resposta em ligação feita no no último sábado (19).

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Posicionamento

Bolsonaro tem evitado criticar a Rússia. Antes da invasão, ele visitou o presidente russo Vladimir Putin e expressou solidariedade ao país, que já fazia ações militares na fronteira com a Ucrânia. Após a deflagração da guerra, porém, o governo do Brasil votou a favor da resolução da ONU que condena o ataque da Rússia.

“Fomos excluídos e não podemos mais integrar a legião estrangeira por causa da posição do presidente em relação à guerra na Ucrânia. O sentimento que a gente tem é de vergonha”, disse Fabio de Oliveira em entrevista.

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