Estados Unidos confirmam que Rússia utilizou mísseis hipersônicos em ataques contra a Ucrânia

Um míssil hipersônico é capaz de viajar cinco vezes a velocidade do som; Acredita-se que a Rússia tenha um modelo praticamente invulnerável às defesas ocidentais

Postado em: 22-03-2022 às 12h46
Por: Redação
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Um míssil hipersônico é capaz de viajar cinco vezes a velocidade do som; Acredita-se que a Rússia tenha um modelo praticamente invulnerável às defesas ocidentais | Foto: Reprodução

No último final de semana, os Estados Unidos comprovaram o uso de mísseis hipersônicos durante os ataques russos contra a Ucrânia. Essa é a primeira vez que esse tipo de ataque é praticado pela Rússia, que desde o início da invasão, que deixou mais de 900 civis mortos e 3,5 milhões de pessoas na condição de imigrantes.

Dizer que um  míssil é hipersônico significa que ele viaja pelo menos cinco vezes a velocidade do som. No entanto, essa tecnologia não é nova. O que países como China, Rússia e Estados Unidos estão trabalhando é um veículo planador hipersônico (HGV), que possui uma carga altamente manobrável que pode voar em velocidade hipersônica enquanto faz ajustes do curso a altitude para voar sob detecção de radar e ao redor de defesas de mísseis. 

Acredita-se que o arsenal russo conta com um HGV, que é uma arma quase impossível de para, que o presidente russo Vladimir Putin chamou em 2018 de “praticamente invulnerável” às defesas ocidentais.

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Para o professor de Relações Internacionais, Marcelo Suano, a guerra é custosa para os russos, mas eles poderiam vencê-la a qualquer momento. “A desproporção de tropas é muito grande, a resistência ucraniana tem sido monumental e a guerra é custosa para a Rússia, mas eles podem ganhar a qualquer momento se usarem a massa desproporcional de forma sem freio”, explicou em entrevista a CNN. 

No entanto, Marcelo observou que se a Rússia utilizasse todo o potencial, causaria uma matança civil. “Isso é algo que não está no cenário estratégico russo, pelo o que representaria para o mundo e população, ele precisa ganhar sem ter efeitos colaterais.”

O professor avalia que as negociações entre os dois países estão em um processo correto. Ele diz que a tentativa do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de já encontrar o mandatário russo, Vladimir Putin, é estratégica. “É um escalonamento, você nunca coloca as principais autoridades numa primeira reunião, não leva o tomador de decisão de última instância”, avalia.

Ele afirma que “Zelensky busca colocar o líder de um país cercado, que foi invadido, que tem núcleos de resistência, mas está enfrentando um país muito mais forte, para utilizar propagandisticamente o fato de confrontar o líder da potência invasora, é um ponto positivo para a liderança dele”.

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