“Ainda está viva?”: Conheça o caso do youtuber russo condenado por matar sua namorada em live

O youtuber, mais conhecido na internet como Stas Reeflay, foi condenado por ter matado sua antiga namorada enquanto realizava uma live em seu canal no YouTube, em 2020.

Postado em: 12-05-2022 às 18h42
Por: Ana Bárbara Quêtto
Imagem Ilustrando a Notícia: “Ainda está viva?”: Conheça o caso do youtuber russo condenado por matar sua namorada em live
O youtuber continua preso | Foto: Reprodução

O youtuber russo Stanislav Reshetnikov, de 30 anos, mais conhecido na internet como Stas Reeflay, foi condenado no dia 28 de dezembro de 2021 a seis anos de prisão por ter matado sua antiga namorada enquanto realizava uma live em seu canal no YouTube.

Seu canal era relativamente grande, e assim como outros famosos na plataforma, costumava realizar lives toda semana com a participação de seus amigos e namorada, com quem normalmente aparecia bebendo e comendo.

Nos últimos anos de seu canal, Reeflay realizava “desafios” em suas transmissões ao vivo, que eram sugestões dos próprios seguidores. Para sugerir, era preciso dar uma quantia em dinheiro para o canal e assim, estimular o youtuber a realiza-los

Continua após a publicidade

Os “desafios” eram os mais estranhos possíveis, como por exemplo, beber cerveja até não aguentar mais e vomitar. Mas, os problemas só começaram a surgir quando ele introduziu sua namorada nas lives. Valentina Grigoyerva era uma jovem de 28 anos que, aparentemente, vivia em um relacionamento saudável de acordo com os vídeos. Os dois chegavam a trocar carícias e ele a chamava de “coelhinha”.

Foto: Reprodução.

Com o passar do tempo, Stas começou a envolver Valentina em “desafios” que consistiam em agredir e abusar da vítima, sempre seguindo as ordens de seus inscritos. As agressões eram das mais variadas, e em certos momentos chegavam ao nível de tortura, como comer lixo, receber spray de pimenta nos olhos e um prato de comida ser jogado em sua cabeça.

Segundo amigos da jovem, Valentina reclamava e desabafava constantemente sobre a violência que sofria pelo namorado, não só em frente às câmeras, mas, por trás também.

Em dezembro de 2020, durante uma live, um de seus espectadores lhe enviou uma quantia de R$5 mil reais para que Reeflay trancasse a mulher do lado de fora da varanda de seu apartamento, vestindo apenas roupas íntimas. Naquele dia, a temperatura local era abaixo de 0ºC. Como sugerido, Stas forçou Valentina a permanecer do lado de fora da varanda, enquanto a xingava de “prostituta” e “fedorenta”, e continuou sua live normalmente.

Foto: Reprodução.

Depois de muito tempo Stas decidiu resgata-la. Quando abriu a porta, Valentina estava gelada, imóvel e com o rosto inexpressivo. Ainda transmitindo ao vivo, o youtuber tirou a jovem do lado de fora do apartamento e a carregou até o sofá da sala de estar. Ele a cobriu com lençóis, checou várias vezes sua pulsação e tentou fazer algumas massagens cardíacas no peito da jovem enquanto gritava para que ela voltasse à vida.

“Valya, ainda está viva? Minha coelhinha, o que há com você? Valya! Valya! Droga, você parece que está morta! Por favor, coelhinha, diga alguma coisa”, gritava.

Assim que percebeu que não havia mais volta, Stas olhou para a câmera e disse “Não, não, não”, repetidamente. Apesar do choque inicial, ele continuou com a live e duas horas depois, quando já estava calmo, se dirigiu ao seu público, dizendo “Companheiros, sem pulsação… ela está pálida. Não está respirando”. A transmissão só foi interrompida quando a policia, acionada pelos internautas, entrou no apartamento.

A perícia concluiu que a causa do óbito foi por lesões na região da cabeça, diferente de hipotermia, que era a suspeita de todos. O corpo da jovem apresentava trauma craniocerebral e vários hematomas no rosto e hemorragia de tecidos moles. Em abril de 2021, no seu julgamento, Stanislav confirmou a sua culpa e esclarecendo que, de fato, no dia da morte de Valentina, havia batido várias vezes na cabeça da namorada.

Apesar de seu caso ser punível em até 15 anos de prisão, ele foi condenado a cumprir pena de apenas 6 anos, pelo crime cometido.

Veja Também