Palestinos são mortos em protestos

Soldados de Israel mataram a tiros ao menos dois palestinos na última sexta-feira (22), disse uma autoridade de saúde de Gaza, em

Postado em: 23-12-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

Soldados de Israel mataram a tiros ao menos dois palestinos na última sexta-feira (22), disse uma autoridade de saúde de Gaza, em meio a uma intensificação dos protestos contra o reconhecimento pelos EUA de Jerusalém como capital de Israel. A informação é da Reuters.

Milhares de manifestantes palestinos, muitos deles atirando pedras, confrontaram forças de segurança israelenses ao longo da cerca da fronteira de Gaza em todas as sete cidades da Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental. Em Belém, cidade onde nasceu Jesus, segundo a tradição, via-se pneus em chamas nas ruas em protesto, a dois dias das comemorações do Natal.

Disparos de israelenses mataram dois palestinos em um confronto no sul da Faixa de Gaza, informou um porta-voz do Ministério da Saúde palestino, estimando o número de feridos em 40, metade deles alvejados com munição real e o resto com balas de borracha. Outros foram vítimas de gás lacrimogêneo.   

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Em um comunicado, os militares de Israel disseram que cerca de dois mil palestinos enfrentaram as tropas na cerca da divisa com Gaza e que a multidão atirou pedras e rolou pneus em chamas na direção dos soldados, que reagiram com medidas de “dispersão de tumultos” e “usaram munição real seletivamente contra os principais instigadores}”.  Os manifestantes gritavam “Trump é um covarde, Trump é um tolo”. Entre os feridos havia um homem fantasiado de Papai Noel.

Autoridades de saúde palestinas disseram que ao menos um palestino sofreu um ferimento de munição real na Cisjordânia e que cerca de 30 manifestantes foram atingidos por balas de borracha. Os militares, calculando o número de manifestantes em cerca de 1.700 e os feridos em seis, afirmaram que as tropas enfrentaram coquetéis molotov, pedras e pneus em chamas.


Não foi suficiente

Uma resolução aprovada na quinta-feira (21) por 128 países na Assembleia Geral da ONU rejeitou amplamente a declaração feita pelo presidente norte-americano, Donald Trump, em 6 de dezembro, reconhecendo Jerusalém . Apenas nove países votaram contra a resolução da ONU, 35 se abstiveram e 21 não votaram. O Brasil foi um dos que 128 que votaram a favor da medida.

A ação da ONU contudo parece que foi pouco para acalmar a revolta palestina que eclodiu após a reversão de décadas de política externa dos EUA a respeito da cidade sagrada.

Os protestos vêm ocorrendo diariamente na Palestina desde o anúncio de Trump. Israel considera Jerusalém como sua capital eterna e indivisível e quer todas as embaixadas na cidade. Os palestinos querem a capital de um futuro Estado independente no setor oriental de Jerusalém, que os israelenses capturaram na Guerra dos Seis Dias de 1967 e anexaram, numa ação jamais reconhecida internacionalmente. A maioria das nações encara o status de Jerusalém como uma questão a ser resolvida em um eventual acordo israelo-palestino, embora o processo esteja emperrado atualmente. (Agência Brasil) 

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